RIO – Automaticamente associada ao verão por conta do eterno hit ?Rio 40 graus?, a cantora Fernanda Abreu, quem diria, adora desfilar por aí com roupa de inverno.
? Acho muito melhor me vestir nesta época do ano ? conta Fernanda, com um porém: ? Só não gosto do frio. Gosto do inverno esteticamente. Morro quando vou para São Paulo e está fazendo nove graus. Curto mesmo é o inverno do Rio, de preferência num dia de sol. Dá para usar sapato fechado, adoro bota.
E casacão, bolsa peludinha, chapéu.
? Costumo usar chapéu quando vou a uma festa ou quando saio para dançar. Adoro sair para dançar ? conta a cantora, que frequenta o Rivalzinho, na Cinelândia, e o rooftop da Duto, misto de produtora, selo e editora em Madureira.
Para dançar, tanto à paisana quanto em seus próprios shows, Fernanda se sente mais à vontade usando calça.
? É muito mais prático. Gosto muito de alfaiataria ? conta ela. ? Modelagem é tudo para mim. Eu tinha até vontade de lançar uma coleção de roupas e acessórios, mas teria que achar uma supermodelista para ser parceira.
Exceção entre famosas, Fernanda não tem um personal stylist. Quando está elaborando um figurino de show ou quer uma dica para uma ocasião especial, ela recorre aos amigos da moda, como o stylist Felipe Veloso e a figurinista Cláudia Kopke. É Cláudia, aliás, a responsável pelo figurino do clipe ?Outro sim?, música que abre o disco ?Amor geral?, lançado oficialmente mês passado, 12 anos após o seu último álbum em estúdio (?Na paz?).
Se quiser deixar Fernanda feliz é só convidá-la para um bazar ou informá-la sobre uma liquidação. Ao dar a ficha técnica de um dos looks, ela faz questão de ressaltar que o casaco Walter Rodrigues foi comprado numa tarde de desapego entre amigas.
? Esse casaco era da Debi Bloch ? diz. ? Não sou consumista. Adoro um bazar.
Uma de suas marcas preferidas é a Gucci, mas ela conta nos dedos as peças que tem da grife de origem italiana.
? Não sou louca de pagar 20 mil euros por um vestido ? diz. ? Também adoro a Gloria Coelho, mas só consigo comprar em liquidação.
Preto, cinza, branco e creme formam a sua paleta de cores.
? Eu gosto de roupas mais clássicas. Sou mais clean ? define-se. ? Não sou muito de estampa. Se for o caso, prefiro listras ou desenhos bem gráficos.
Fernanda é a favor de pessoas públicas repetirem roupas em eventos sociais. O body de franjas de Layana Thomaz, por exemplo, ela já usou algumas vezes, uma delas em sua participação no ?Esquenta?, programa comandado por Regina Casé na TV Globo.
? Essa história de não repetir roupa é completamente contra todos os valores de sustentabilidade ? critica.
O modelito em tons de cinza com chapéu e minissaia ? figurino do show ?Eletro-acústico”, um formato para teatro que ela toca paralelamente ? revela as pernas torneadas.
? Eu não suporto academia. Quando estou no Rio, a única atividade que faço é balé clássico com o Jean Marrie ? conta a cantora de 54 anos, que exibe como troféu as suas sapatilhas de ponta. ? Não faço mais ponta, mas já fiz muito.
Na casa onde mora, no Jardim Botânico, Fernanda guarda três de suas quatro grandes coleções. Uma é de bonequinhos de casais ? de fofinhas lembranças da Holanda a artesanato do Vale do Jequitinhonha, passando pela dupla Sally e Jack, personagens de filme de Tim Burton. Do outro lado da sala, um armário guarda centenas de miniaturas de casinhas. Imagens de São Jorge são espalhadas por cômodas e mesinhas. No seu estúdio, a quarta coleção: biografias, bonequinhos e raridades de Michael Jackson.
?Eu fiz um altar para o Michael.