Cotidiano

Sonda da Nasa entra em modo de segurança e assusta pesquisadores

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RIO ? A agência espacial americana anunciou que a sonda espacial Juno, na órbita de Júpiter, entrou em modo de segurança. Os pesquisadores não sabem exatamente o motivo, mas análises iniciais indicam que um monitoramento de performance do software induziu a reinicialização do computador de bordo. Por esse motivo, a coleta de dados que estava programada para acontecer nesta quarta-feira, durante aproximação com o gigante gasoso que acontece a cada 53 dias, não pode ser realizada.

? No momento em que entrou em modo de segurança, a espaçonave estava a mais de 13 horas de sua maior aproximação com Júpiter ? disse Rick Nybakken, gerente de projeto do Laboratório de Propulsão e Jato da Nasa, em Pasadena. ? Nós ainda estávamos um pouco distantes dos mais intensos cintos de radiação e campos magnéticos. A espaçonave está saudável e estamos trabalhando no procedimento de recuperação padrão.

A espaçonave está programada para entrar em modo de segurança se o computador de bordo perceber condições não esperadas. Neste caso, o modo de segurança desligou instrumentos e alguns componentes não críticos, e confirmou que a sonda estava voltada para o Sol para garantir a recarga das baterias. Mas os pesquisadores ainda não sabem exatamente o motivo para que o procedimento fosse disparado.

Em outra frente, os engenheiros da Nasa investigam uma falha técnica em válvulas do motor da Juno, que levaram ao adiamento da manobra de redução de período orbital, que reduziria o ciclo para aproximação máxima de Júpiter de 53,4 dias para 14 dias. Por causa dos dois problemas, a próxima coleta de dados só acontecerá no dia 11 de dezembro, um atraso considerável nos planos da agência.

? Agora devemos analisar e compreender por que o sistema computadorizado de Juno se colocou em modo de segurança, e ver também o que está acontecendo com o sistema de propulsão ? disse Scott Bolton, do Instituto de Pesquisas Southwest.

Lançada em 2011, a Juno chegou a Júpiter em julho deste ano. O primeiro sobrevoo sobre as nuvens mais altas de Júpiter, a cerca de 4.100 quilômetros de altitude, aconteceu no dia 27 de agosto, e os dados recolhidos ainda surpreendem os cientistas. Análises preliminares já descobriram que os campos magnéticos e as auroras nos pólos do planeta são mais poderosos do que se pensava. Câmeras captaram imagens inéditas, que mostram detalhes do planeta além do cinturão de asteroides que o cerca.