BRASÍLIA – Com a certeza de que Dilma Rousseff será afastada definitivamente do cargo nos próximos dias, os aliados do presidente interino Michel Temer querem ampliar ao máximo o placar contra a petista. Além dos 59 votos garantidos pelos senadores na fase da pronúncia, quando Dilma se tornou ré, ministros trabalham para virar ainda três votos e para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não se abstenha.
Os três alvos do Palácio do Planalto são os senadores Elmano Ferrer (PTB-PI), Telmário Mota (PDT-RR), e Otto Alencar (PSD-BA). Renan, que vinha afirmando que não iria se posicionar, agora já avalia a possibilidade de votar. Logo após o fim do julgamento do impeachment de Dilma, o presidente do Senado embarcará com Temer para viagem à China. Se a operação der certo, o impeachment poderá ser aprovado com 63 votos dos 54 necessários.
? Ele está avaliando. Renan tem dificuldade em votar contra Dilma porque ela e Lula foram importantes para ele e para o filho (Renan Filho, governador de Alagoas) politicamente. Por outro lado, há pressão do Palácio para que ele vote com Temer ? disse uma pessoa próxima ao presidente do Senado.
Apesar da operação, no entanto, o Planalto avalia que o senador Otto Alencar, ligado ao ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner e ao governador da Bahia, o petista Rui Costa, não mudará agora de lado. Deverá manter o voto contra o afastamento de Dilma mas, imediatamente depois disso, se aproximar do governo Michel Temer.