BERLIM ? Autoridades alemãs acreditam que o tunisiano suspeito do ataque terrorista que matou 12 pessoas em Berlim ainda pode estar na capital, segundo a imprensa local. O jovem Anis Amri, de 24 anos, teria sido filmado por câmeras da polícia em uma mesquita na madrugada de terça-feira, apenas algumas horas após o atentado. Naquele momento, no entanto, ele ainda não era suspeito de ter avançado com um caminhão sobre a multidão que se divertia em um mercado de Natal. Segundo os jornais alemães, investigadores fizeram na quinta-feira operações de busca na mesquita onde ele foi flagrado, mas não encontraram nada que pudesse ajudar na sua detenção.
O jornal “Der Tagesspiegel”, por sua vez, diz ainda, citando fontes de segurança, que os investigadores acreditam que Amri não poderia ter ido para muito longe por conta dos seus ferimentos ? e para não chamar atenção, uma vez que as operações de busca pelo suspeito já se espalharam por vários países da Europa.
Autoridades alemãs ainda não comentaram publicamente o caso nem confirmaram as declarações oficialmente a outros veículos da imprensa. A políciai alemã vem sendo duramente criticada por falhas pontuais e estruturais durante a investigação.
? As informações que temos são chocantes ? afirmou Armin Laschet, vice-presidente da União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler federal Angela Merkel, ao comentar as falhas. ? Não é desta maneira que vamos garantir a segurança da Alemanha.
A exemplo do jihadista que, no final de julho, explodiu uma bomba suicida na entrada de uma discoteca na cidade de Ansbach, no Sul da Alemanha, Amri também tinha um status de ?tolerado? concedido pelas autoridades alemães, após o pedido de asilo político ter sido recusado.
Aos poucos vêm sendo revelados os detalhes da investigação, que cada vez mais chocam o país. Em julho passado, Amri foi preso na cidade de Friedrichshafen e deveria ter ficado na prisão aguardando a deportação. Mas foi libertado no dia seguinte por ordem do Departamento dos Refugiados da cidade de Kleve, na Renânia, a primeira residência dele na Alemanha, quando chegou, vindo da Itália, em julho do ano passado.
Na quinta-feira, mais de cem agentes participaram de uma batida no centro de refugiados de Emmerich, no Oeste do país, onde Amri viveu por alguns meses. Foram efetuadas buscas também no bairro berlinense de Prenzlauer Berg. Segundo o especialista em jihadismo Bruno Schirra, a polícia estaria seguindo a direção errada também nessas buscas.