GENEBRA ? Militantes do Estado Islâmico (EI) mataram 40 ex-membros das forças de segurança do Iraque perto de Mossul no sábado e jogaram seus corpos no rio Tigre, informou a porta-voz de direitos humanos da ONU Ravina Shamdasani nesta terça-feira, citando relatos de fontes locais.
O grupo jihadista também tentou transportar cerca de 25 mil civis de Hammam al-Alil, uma cidade ao sul de Mossul, em caminhões e ônibus durante as primeiras horas desta segunda-feira, provavelmente para o uso como escudos humanos em defesa de posições do grupo militante, segundo Ravina.
Nesta terça-feira, forças do Iraque apoiadas por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos entraram pela primeira vez em Mossul numa mega-ofensiva para recapturar a cidade do EI.
Uma fumaça cinza-escura pairava no ar a leste do bastião dos militantes islâmicos, e era possível ouvir o som contínuo dos disparos de artilharia, disse um repórter da Reuters próximo de Bazwaia, cerca de cinco quilômetros a leste de Mossul. Ainda mais ao leste era possível ouvir explosões.
Duas semanas depois de terem iniciado uma campanha para retomar Mossul do Estado Islâmico auxiliadas por um grande apoio terrestre e aéreo dos EUA, as forças iraquianas liberaram dezenas de vilarejos e cidades na planície de Nínive, a leste da cidade, e agora avançam ao longo do rio Tigre vindas do sul.
COMBATES PODEM DURAR MESES
Os combates dentro da própria cidade, o último grande bastião dos jihadistas no Iraque e que ainda abriga 1,5 milhão de habitantes, podem levar meses.
A ofensiva, que envolve forças regulares do Exército, unidades de elite de contraterrorismo, a polícia federal, combatentes curdos peshmerga e milícias xiitas, é a mais complexa desde a invasão encabeçada pelos americanos em 2003 que depôs Saddam Hussein. Os comandantes alertaram que a luta pode durar meses.
Além de ataques suicidas, os militantes do Estado Islâmico tentam barrar o avanço do Exército com atiradores de elite, morteiros, bombas de beira de estrada e armadilhas explosivas dentro de edifícios abandonados.
Mossul é muito maior do que qualquer outra cidade controlada pelo Estado Islâmico no Iraque ou na Síria. Sua recaptura marcaria o fim da ala iraquiana do califado que o grupo declarou em partes dos dois países dois anos atrás, embora os militantes sunitas radicais tenham se recuperado de contratempos anteriores no Iraque.