RIO – O ex-governador Sérgio Cabral está sendo levado para o presídio de Bangu 8 ? onde ficam os detentos com ensino superior ? após fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na tarde desta quinta-feira. Pela manhã, agentes da Polícia Federal e da força-tarefa do Ministério Público Federal do Rio cumpriram dois mandados de prisão preventiva contra o ex-governador e outras sete pessoas ligadas ao peemedebista, acusado de liderar um grupo que desviou cerca de R$ 224 milhões em contratos com diversas empreiteiras. Os agentes entraram no apartamento do ex-governador, no Leblon, Zona Sul do Rio.
A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo é um dos alvos, porém, ela foi levada para depor na sede da PF em condução coercitiva. Ela chegou a ter a prisão temporária pedida pelo MPF, mas o juiz Marcelo Bretas negou.
Além de Cabral, foram presos preventivamente Wagner Jordão Garcia (ex-assessor do ex-governador), o ex-secretário de Governo Wilson Carlos, com dois mandados de prisão também (temporária e preventiva), o ex-secretário estadual de Obras Hudson Braga, o ex-assessor do governador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, ex-marido de uma prima de Cabral, José Orlando Rabelo, apontado como operador, Luiz Carlos Bezerra e Luiz Paulo Reis (sócio de Hudson). Luiz Paulo Reis se entregou na PF de Volta Redonda.
Foram presos temporariamente, por cinco dias renováveis, Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves (assessor de Carbral) e Alex Sardinha da Veiga (da construtora Oriente).
Outras 13 pessoas também foram levadas coercitivamente para depor: Jéssica Machado Braga, Rosângela de Oliveira M. Braga, Ângela Fátima Sivero Garcia, David Augusto Câmara Sampaio Paulo Mancuso Tupinambá, Adriano José Reis Martins, Jaime Luiz Martins, Carlos Jardim Borges (proprietário do hotel Portobello Resort), Luiz Alexandre Igayara, Sônia Ferreira Baptista, Luciana Rodrigues, Pedro Ramos Miranda e Gustavo Ferreira Mohammad.
Responsável pela Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro usou a situação das contas públicas do Rio como uma das justificativas para decretar a prisão preventiva de Sérgio Cabral. O magistrado classificou as provas reunidas pela Força-Tarefa como uma ?prática profissional e sofisticada de crimes? contra a administração pública e determinou o bloqueio de até R$ 10 milhões das contas de Cabral, da ex-primeira dama Adriana Ancelmo, do seu braço direito e ex-secretário de governo, Wilson Carlos, e de Carlos Emanuel de Cavalho Miranda, o Carlinhos, apontado como um dos operadores do esquema.