SÃO PAULO – O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia contra 11 pessoas por crimes praticados ao longo de quatro anos contra a Fundação Butantan. Os nomes dos denunciados não foram revelados.
A denúncia, oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), trata da prática de 340 furtos cometidos entre 2005 e 2008 e que chegam a um valor superior a R$ 33 milhões. Com a atualização monetária, a quantia pode chegar a uma centena de milhões de reais.
Com as quebras de sigilo bancário autorizadas pelo Poder Judiciário, o Gaeco conseguiu verificar que grande parte do dinheiro subtraído se destinava às pessoas que foram denunciadas.
De acordo com o Ministério Público, também é objeto de denúncia o crime de uso de documento falso para a abertura fraudulenta de conta bancária para operacionalizar maior volume de furtos objeto da denúncia.
A Fundação Butantan é responsável por obter verbas públicas para a produção de imunobiológicos, soros, vacinas no Instituto Butantan, maior centro de pesquisas do país.
Nesta semana, a TV Globo revelou que o relatório de uma auditoria, concluída em agosto de 2015, apontou uma série de irregularidades nas despesas e contratação de pessoal no Butantan. O diretor do instituto, Jorge Kalil, foi exonerado do cargo após as denúncias. Ele nega qualquer tipo de irregularidade e permanecerá como pesquisador da instituição.
No início do mês, o economista André Franco Montoro Filho já havia deixado o cargo de diretor da Fundação Butantan por não concordar com a gestão de Kalil.
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) analisa as contas do instituto e a Corregedoria Geral da Administração abriu um procedimento para aprofundar as investigações.