BRASÍLIA ? Interlocutores do presidente Michel Temer confirmaram, sem entrar em detalhes, que a decisão irrevogável de Marcelo Calero de entregar o cargo teve como motivação uma desavença grave com o ministro da secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, em relação a condução da pasta da Cultura.
Calero conversou nesta quinta-feira, à tarde, com o presidente Michel Temer e colocou a dificuldade em continuar a frente do Ministério da Cultura, anunciando que entregaria sua carta de demissão. Temer então fez um apelo para que reconsiderasse, argumentando que ele estava fazendo um excelente trabalho na área cultural do governo. O ex-ministro prometeu pensar.
Mas, na tarde desta sexta-feira, por telefone, Calero avisou a Temer que tinha pensado, mas que a sua decisão de deixar o governo era irrevogável.
Horas depois da informação sobre a demissão vazar, o Palácio do Planalto anunciou que o deputado pernambucano Roberto Freire (PPS-SP) seria o novo ministro da Cultura.
? Para você pode não ter sido uma surpresa, mas fiquei impactado (com o convite). É preciso calma nessa hora. Não falei com o presidente ainda. Mas aceitei o convite porque é responsabilidade nossa, nós que participamos do impeachment (de Dilma Rousseff), contribuir com esse governo, fruto de nossa ação no Congresso ? disse Freire, em entrevista ao GLOBO.