Cotidiano

Com crise, número de consumidores online não deslancha no Brasil

SÃO PAULO ? A difícil situação financeira dos brasileiros impediu o crescimento da quantidade de pessoas que compram online neste ano. Pesquisa do PayPal em parceria com o Ipsos, divulgada nesta quinta-feira em São Paulo, mostrou que 67% dos internautas consumiram algo pela internet nos últimos 12 meses, o percentual é o mesmo de 2015. Essa é a terceira edição do estudo, que entrevistou 28 mil internautas em todo o mundo para traçar os perfis de consumo pela web.

? A recessão, o desemprego, e também a diminuição no ritmo de crescimento de penetração de internet e da venda de smartphones, são os motivos que explicam a manutenção no número de internautas consumidores ? disse Renato Pelissaro, diretor de Marketing do PayPal para a América Latina.

A pesquisa também apurou que, do total de compradores online, 55% afirmaram ter adquirido produtos somente em sites brasileiros, contra 51% do ano passado; 37% compraram tanto domesticamente quanto em sites de outros países (eram 45% em 2015); e 8% só compraram de sites estrangeiros (contra 4% no ano passado).

Os itens mais adquiridos pelos consumidores via web foram roupas, calçados e acessórios (53%), equipamentos eletrônicos, computadores, tablets, smartphones (46%), e eletrodomésticos, utensílios domésticos e móveis (38%).

Uma tendência observada no material foi o aumento das compras concluídas por meio do celular. De acordo com a pesquisa, 17% do total gasto em compras online nos últimos doze meses se deram via smartphones (em 2015, haviam sido 13%). Em contrapartida, os negócios fechados pelo computador caíram de 74% para 71% do ano passado para este.

? Não tenho dúvida de que isso é uma tendência. Primeiro porque a experiência de compra pelo smartphone está melhorando cada vez mais com o aperfeiçoamento dos aplicativos. E também porque há uma série de novos negócios da economia digital que são totalmente baseados em aplicativos e o melhor exemplo para isso é o Uber ? acrescentou Pelissaro.

Outro ponto importante do estudo revela que, apesar da crise, 44% dos adultos entrevistados acreditam que seus gastos online vão aumentar no próximo ano. Os motivos apontados para essa crença são: conveniência na hora de comprar online (63%), mudança no rendimento disponível (48%) e melhoria na economia (31%).