“Quando os pais querem tomar como filhos e os filhos querem dar como pais, o dar e tomar, em vez de fluir de cima para baixo, precisa fluir – contra a força do fluxo da gravidade – de baixo para cima. Contudo, esse dar – assim como num riacho que quer fluir para cima em vez de fluir para baixo – não chega ali aonde quer chegar” (Bert Hellinger)
O fluxo natural da vida é o posterior tomar do anterior. Assim, os pais tomam de seus próprios pais, os filhos tomam de seus pais, os irmãos mais novos dos irmãos mais velhos.
Esta ordem, por vezes, é invertida na família quando um posterior quer dar em vez de tomar do anterior. Isso acontece, por exemplo, quando os pais querem tomar dos filhos e os filhos querem dar aos pais o que estes não tomaram de seus próprios pais.
A imagem do fluxo de um rio – contida na citação acima – para descrever a inversão do processo da relação entre anterior e posterior é muito ilustrativa para compreender porque é uma inversão fadada ao fracasso.
Semelhantemente a um rio no qual a força da gravidade impede o rio de subir, um filho fracassa quando quer dar aos pais como se fosse seu igual ou mesmo superior a eles. Os pais, quando necessitam de algo, precisam dirigir-se aos seus próprios pais ou, então, ao seu parceiro, que é seu igual.
Uma situação muito comum de inversão da relação entre pais e filhos é quando os pais trocam intimidades de sua vida a dois com os filhos: as dificuldades, as críticas, as queixas. Pais que buscam nos filhos o consolo. Outras vezes, filhos que aconselham os pais. Algumas vezes, quando a relação entre os pais está em crise, sugerem que se separem.
Quando acontecem situações como estas, os filhos assumem o papel de pais de seus pais e os pais o papel de filhos de seus filhos. Nestas situações, a vida do filho que é colocado no papel de pai ou de mãe de seus pais (outras vezes de parceiro dos pais) não progride. Inconscientemente, o filho ou a filha colocada neste papel sente-se obrigada a ficar junto aos pais para protegê-los.
Como diz Hellinger, a vida de um filho ou de uma filha nesta situação é como o fluxo de um rio forçado a correr contra a gravidade. O destino de filhos nesta situação é o fracasso. Por amor, pais podem arrastar seus filhos ao fracasso. Por amor aos pais, filhos podem sujeitar-se a isso.
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar
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