Cascavel – O segmento imobiliário começa a reagir aos impactos da crise que gerou um estoque de casas, sobrados e apartamentos no ano passado diante da queda no número de vendas. Na região Oeste, a procura por imóveis usados reanima empresários do setor e a projeção média de aumento nas negociações para 2017 é de 10%.
Quem planeja mudar de casa, mesmo que não tenha condições de optar por novos imóveis, buscará alternativas para que os planos não sejam prejudicados. A compra pelos imóveis usados é vista de maneira mais atrativa para quem pretende trocar de casa neste ano e as possibilidades de financiamento favorecem a compra, avalia o responsável por uma das imobiliárias de Cascavel, Sérgio Kasprzak.
O limite da cota de financiamento de imóveis usados em até R$ 650 mil pela Caixa Econômica Federal permitirá a compra de moradias mais caras, entretanto, na região Oeste as negociações devem ser aquecidas pelo estoque que atende a classe média.
A classe alta não sentiu tanto o impacto da crise no ano passado e percebemos que a procura maior por imóveis em Cascavel será pela classe média e com custo entre R$ 200 e R$ 300 mil, ressalta Kasprzak. Para o proprietário de outra imobiliária na cidade, Luiz Antonio Langer, o resultado da agricultura será primordial para atingir o aumento de 10% previsto para as negociações. Nossa região é extremamente agrícola e se conseguirmos a supersafra, como é esperada, certamente movimentaremos o mercado imobiliário, afirma Langer.
Preferência
O valor médio de R$ 300 mil para imóveis usados inclui opções de casas com até três quartos, que estão entre a preferência das famílias. A localização das construções reflete no momento da escolha e observamos que a procura maior é por casas e também por apartamentos na região central, avalia Sérgio Kasprzak.
Conforme o empresário Luiz Antonio Langer, a escolha pela localização também depende do poder aquisitivo das famílias. Se elas não encontram um imóvel com o valor disposto a pagar na região central, optam por bairro mais próximo do centro e também mais antigo, pois em novos loteamentos o custo das moradias está mais elevado, explica ele.
Em Foz do Iguaçu, o estoque de imóveis colocado à disposição do público em maior parte é de casas e sobrados e a expectativa do setor é faturar com vendas mais caras se comparadas a Cascavel. A procura é por residências que variam de R$ 200 mil a R$ 600 mil, afirma o gerente de uma das imobiliárias da cidade, João Coimbra.
Economia
Segundo o gerente da imobiliária de Foz, a escolha de famílias por casas ocorre, principalmente, pela economia de despesas mensais. Elas buscam se livrar do condomínio e, por isso, optam na maioria dos casos pela compra de residências e sobrados em diferentes regiões da cidade, cita Coimbra.
A decisão também é observada pelo segmento imobiliário de Cascavel, aliada a outro fator de mercado. A valorização da casa é muito maior se comparada aos apartamentos e, por isso, a venda é mais expressiva, acrescenta Luiz Langer.
Quem puder investir neste ano em Foz do Iguaçu terá melhores condições no momento da negociação. O valor de imóveis usados caiu em torno de 20% em comparação ao ano passado, explica Coimbra.
Em Cascavel, segundo Langer, os preços praticados pelo mercado também serão menores. Acreditamos que diante da lei de oferta e procura o valor dos imóveis usados tenha uma queda de pelo menos 10%, afirma.