PORTO ALEGRE ? O Procon Porto Alegre completou 10 anos de criação, na última segunda-feira, contabilizando 158.809 atendimentos e um índice de mais de 80% de resolução destas reclamações que chegaram ao órgão. De acordo com o diretor executivo do Procon Porto Alegre, Cauê Vieira, o maior desafio para a administração municipal será, ao longo dos próximos anos, implementar uma política efetiva de descentralização do atendimento do Sistema Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor, ampliando a oferta de pontos de atendimento da população espalhados pela cidade, a exemplo do que já ocorre com a unidade de atendimento do Procon no Aeroporto Salgado Filho.
Do total de queixas protocoladas no Procon municipal, 65% foram efetuadas na sede do órgão no Centro Histórico da Capital de forma presencial, e 35% foram registradas por meio do site do Procon ou via Procon Porto Alegre App, aplicativo criado para receber reclamações e denúncias por meio dos aparelhos celulares. Desde 2015,com a implantação do aplicativo, houve a migração do consumidor para o atendimento realizado através das plataformas digitais, e, desde então, as reclamações eletrônicas passaram a superar as presenciais.
?Por meio do trabalho integrado entre as secretarias municipais será possível mapear aqueles bairros com menos demandas do consumidor, para que, cada vez mais, os porto-alegrenses possam servir-se de ações do Procon Porto Alegre?, destaca Vieira.
ÁREAS MAIS RECLAMADAS
O setor que reuniu o maior número de reclamações ao longo destes 10 anos foi o de produtos, que registrou 38% do total das queixas. Este segmento fica tradicionalmente em primeiro lugar no ranking das reclamações, pois nele concentram-se centenas de empresas e milhares de produtos. As reclamações mais frequentes sobre produtos foram defeitos, negativa de assistência técnica e falhas ocultas.
Em segundo lugar, aparece a área de assuntos financeiros, que contabilizou 23% das queixas, sendo as reclamações mais registradas problemas relacionados com cartão de crédito, financiamentos e contestação de tarifas bancárias. Na terceira colocação, com 21% das queixas, aparece a área de serviços essenciais composta por reclamações sobre telefonia, água, luz e demais serviços públicos. Em quarto lugar está a área composta por serviços privados formado por empresas de TV por assinatura e provedores de Internet responsável por 18% das reclamações.
De acordo com Vieira, ao longo destes 10 anos de criação do Procon, o fornecedor de produtos e serviços sabe que necessita melhorar não só a eficiência da produção, mas também o relacionamento pós-venda com os clientes, qualificando os seus Serviços de Atendimento aos Cliente.
“Para o desenvolvimento de uma cidade empreendedora, que respeite a capacidade de desenvolvimento econômico dos seus cidadãos, a defesa do consumidor terá um papel fundamental nos próximos anos, na medida em que a verdadeira harmonização das relações de consumo somente é possível com a ampliação da capacidade de educação aos consumidores e a orientação adequada aos fornecedores”, acrescenta.
RECLAMANTES POR SEXO E FAIXA ETÁRIA
No atendimento por sexo, verifica-se que, historicamente, desde a criação do Procon, as mulheres representam 60% do total de reclamantes. Isto, segundo Vieira, demonstra maior capacidade crítica de contestação e de busca pelos direitos por parte das cidadãs porto-alegrenses.
A faixa etária inferior a 20 anos é a que mais reclama via site ou Procon App, sendo os adultos com 51 a 60 anos os que realizam suas reclamações na sua maioria presencialmente na sede do órgão. Verifica-se ainda que os idosos maiores de 70 anos aumentaram a sua participação no atendimento do Procon desde 2012, quando representava à época 7% das reclamações e, hoje, registra 14% dos atendimentos no órgão.
FISCALIZAÇÃO
A equipe de Fiscalização do Procon Porto Alegre, esteve presente, no período, em 22.353 estabelecimentos comerciais, como postos de gasolina, shoppings, hipermercados, bares, restaurantes e revendas de veículos. Nessas ações, foram notificados 3.997 estabelecimentos e autuados outros 1.967 por irregularidades. O setor recebeu e atendeu, no período, 930 denúncias da população. As penalidades aplicadas por meio da fiscalização do Procon Porto Alegre aos fornecedores renderam em 2016 ao Fundo Municipal de Direitos Difusos o montante de R$ 4.122.633,45.