RIO ? O nome Kamasi Washington pode não significar muita coisa na primeira audição, mas, o saxofonista americano, de 35 anos, é considerado uma das grandes revelações (e um revolucionário) do jazz mundial. No dia 5 de abril, ele fará sua estreia como artista solo no Brasil com show no Teatro Municipal do Rio, como parte da série Jazz All Nights (saiba mais aqui). Links Kamasi Washington
Washington é, ao lado do baixista Stephen “Thundercat” Bruner, o principal representante da cena new jazz de Los Angeles, que serviu como inspiração para o cineasta Damien Chazelle no badalado “La la land: Cantando estações”. Juntos, eles foram fundamentais para o sucesso do álbum “To pimp a buttlerfly” (2015), do rapper Kendrick Lamar ? o trabalho foi considerado por muitos críticos internacionais o melhor disco daquele ano, principalmente pela perfeita fusão entre jazz e hip-hop.
Naquele mesmo 2015, o saxofonista lançou seu disco de estreia, também aclamado pela crítica ? esteve na lista de dez melhores do ano do “Guardian” e da “Pitchfork”, por exemplo. O álbum triplo, com 2h53m de duração, permitiu a Washington circular pelos principais festivais de música do mundo (Coachella, Glastonbury, Primavera Sound e por aí vai), e é com esse repertório (ou melhor, parte dele) que o músico se apresentará no Rio.
Em “The epic”, além da banda de dez músicos que acompanha o saxofonista (chamada informalmente de The West Coast Get Down), as gravações foram feitas com uma orquestra de 32 integrantes e um coro de 20 vozes, entre elas a da brasileira Thalma de Freitas, que mora nos Estados Unidos desde 2012. O disco fez a “Pitchfork” chamar Washington de “revolucionário do jazz moderno” e “embaixador do jazz no século XXI”. O inglês “The Independent” não ficou atrás, e disse que o músico era “o maior acontecimento do jazz em anos, talvez décadas”.
? Para criar o disco, ficamos (ele e a banda principal) enfurnados no estúdio durante um mês, às vezes durante 16 horas por dia, fazendo jams. Saímos daquelas sessões com 190 músicas, quase dois terabites de som ? disse, em entrevista ao GLOBO, em 2015. Kamasi Washington – The epic
Essa será a estreia solo de Washington no Brasil, mas ele já esteve por aqui acompanhando o baixista Stanley Clarke em shows no Rio, em Barra Mansa e em Paraty.
? Foi uma viagem incrível, usei muitas vezes o tradutor do Google para me comunicar. Tocar na praia em Paraty foi uma das experiências mais legais da minha vida ? contou o fã de Hermeto Pascoal.
Os já citados Clarke e Kendrick Lamar são só alguns dos exemplos de artistas com quem Kamasi Washington tocou antes de despontar enquanto artista solo. A lista traz ainda o cantor e compositor Ryan Adams, o rapper Snoop Dogg, a cantora Lauryn Hill, o baterista Harvey Manson, o para lá de inventivo Flying Lotus (em seu último disco, “You’re dead!”, de 2014) e, mais recentemente, o duo de hip-hop Run the Jewels em “Run the Jewels 3”. Kamasi Washington performing “Re Run Home” Live on KCRW
? Para mim, jazz, hip-hop e as vertentes mais ousadas da eletrônica fazem parte do mesmo universo ? opinou o músico, que traz em suas composições, além do jazz, influências de hip-hop, funk, soul, gospel e música clássica.
SERVIÇO
Kamasi Washington – ‘The epic’
Quando: 5 de abril (quarta-feira), às 20h. Onde: Teatro Municipal ? Praça Marechal Floriano S/N, Centro (2332-9191). Quanto: de R$ 50 a R$ 250 (ingressos ainda não estão à venda). Classificação: Livre.