Cotidiano

Polícia faz buscas em prédio após ataque a soldado no Louvre

France Louvre Shooting-G7P33Q3F0.1.jpgPARIS ? A polícia francesa faz buscas em um prédio no centro de Paris nesta sexta-feira, após um ataque com faca que deixou um soldado ferido em frente ao museu Louvre. O presidente francês, François Hollande, classificou o ataque de terrorista.

O agressor atacou uma patrulha militar com um facão e ao grito de ?Alá é grande?, antes de ser gravemente ferido pelo disparo de um soldado, uma agressão que o primeiro-ministro francês afirmou ser de ?caráter terrorista?.

O ataque aconteceu na entrada da turística galeria do Carrousel do Louvre, que dá acesso ao museu mais frequentado do mundo.

O soldado atacado ficou levemente ferido no couro cabeludo, enquanto o agressor foi ferido na barriga e está em estado grave, informou o chefe da polícia de Paris, Michel Cadot.

De acordo com o chefe da polícia, o agressor, “armado com pelo menos um facão, e talvez com uma segunda arma, correu em direção à patrulha de quatro homens”, fazendo ameaças e gritando “Allah Akbar” (Deus é grande em árabe). Homem ataca soldado na área do Museu do Louvre em Paris

Um militar reagiu e disparou cinco tiros, atingindo o estômago do agressor.

Segundo uma fonte militar, um dos soldados tentou em um primeiro momento controlar o agressor, em vão.

No início da tarde, o agressor passava por uma cirurgia, correndo risco de morte, segundo uma fonte próxima à investigação.

Esta agressão em um local turístico emblemático da capital francesa “é visivelmente um ataque terrorista”, disse o primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve. “É preciso ser prudente”, contemporizou, citando um “contexto de forte ameaça extremista islâmica” na França, atingida por uma série de ataques jihadistas sem precedentes nos últimos dois anos.

A Procuradoria antiterrorista de Paris abriu uma investigação por “tentativas de assassinatos agravados em relação com um grupo terrorismo e associação terrorista criminosa”.

“Vimos clientes correndo, e logo percebemos que algo sério estava acontecendo. Corremos e saímos do restaurante. Vi a morte chegar com tudo o que tem acontecido, realmente senti medo”, relatou o funcionário de um restaurante na galeria do Louvre.

As duas mochilas que o agressor carregava nas costas não continham material explosivo, segundo o chefe da polícia.

Entre 2015 e 2016, 238 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em ataques extremistas em território francês. Vários desses ataques ou tentativas visaram militares ou policiais.

Consequência direta, o turismo diminuiu consideravelmente no último ano em Paris e em particular na França. A agressão no Louvre acontece no mesmo dia que a prefeitura parisiense lança oficialmente a sua campanha para sediar os Jogos Olímpicos de 2024.

Além do agressor, uma segunda pessoa “de comportamento suspeito” foi detida, segundo Cadot, que se mostrou prudente quanto a sua participação no ataque.

– Patrulhas diárias –

“Acredito ter se tratado de um ataque de uma pessoa que tinha um desejo claro de agredir, que era evidentemente ameaçador e que proferia palavras sugerindo que queria fazê-lo em um contexto terrorista”, indicou o comissário da polícia.

O público que estava no museu no momento do ataque, cerca de 250 pessoas, foi mantido afastado e confinado em uma parte do museu segura, segundo Cadot.

“Estava nas escadas quando escutei tiros. Foi bizarro, ninguém sabia o que fazer. Vi pessoas correndo, todo mundo em pânico”, relata Scetlana, uma arquiteta que trabalha na galeria e que se escondeu em um vestiário após escutar os tiros.

A área ao redor do museu, que atrai todos os dias milhares de visitantes, foi isolada pela polícia, constatou um jornalista da AFP.

As estações de metrô nos arredores foram fechadas.

Todos os candidatos à presidência reagiram ao ataque com homenagens unânimes às forças de segurança. Cerca de 3.500 militares patrulham diariamente as ruas da capital.

A França está sob o regime excepcional de estado de emergência desde os ataques em novembro de 2015 (130 mortes) em Paris. O país vive com medo de novos ataques, apesar de um aparato de segurança drasticamente reforçado.

O grupo Estado Islâmico, que tem perdido terreno no Iraque e na Síria, onde proclamou um califado em 2014, ameaça regularmente a França, em retaliação à participação do país na coalizão militar internacional que combate os extremistas nos dois países.

O EI também defende ataques contra os “infiéis” sempre que possível e tenta exportar para a Europa, graças aos extremistas que retornam da Síria, com um mandato para conduzir operações em solo europeu.

O presidente Donald Trump reagiu imediatamente à ocorrência em uma mensagem no Twitter.

“Um novo terrorista islâmico radical acaba de atacar no Museu do Louvre de Paris. Os turistas foram confinados. A França em tensão outra vez. VAMOS SER INTELIGENTES”, tuitou Trump. Os piores atentados nos últimos anos na França