RIO ? O candidato presidencial francês Francois Fillon enfrenta pressão crescente de seu próprio campo para se retirar da corrida. Neste sábado, o senador do Bruno Gilles, do Partido Republicanos, que faz parte da direita moderada e conservadora do país, advertiu que uma recusa em se retirar iria dividir a sigla.
Chefe da influente região do Bouches-du-Rhone, Gilles disse em entrevista a uma rádio que os fiéis do partido ?viraram a página? e agora pede, de forma esmagadora, a uma mudança de candidato.
Fillon, de 62 anos, envolveu-se em um escândalo desde que o jornal satírico ?Le canard enchainé? relatou que sua esposa teria sido paga com centenas de milhares de euros de dinheiro público para um trabalho que não foi feito.
Ele tem firmemente sustentado que sua esposa, Penélope, tinha contribuído com trabalho real como sua assistente, mas as somas envolvidas têm abalado sua campanha. Ele está agora em terceiro lugar, atrás da líder da extrema direita Marine Le Pen e do independente Emmanuel Macron, nas sondagens para o primeiro turno das eleições, no dia 23 de abril, de acordo com a última pesquisa de intenções de voto.
?Esse escândalo está nos causando mais danos a cada dia, e não podemos esperar mais duas semanas?, disse Gilles ao rádio France Bleu Provence. ?Há eleições presidenciais e legislativas em jogo e, além disso, a sobrevivência do nosso partido político?.
De acordo com uma nova pesquisa de opinião para o ?Journal du Dimanche?, a proporção de eleitores franceses que acreditam Fillon ser ?honesto? despencou de 50 por cento para 23 por cento. No sábado, sua campanha distribuiu 3 milhões de folhetos intitulados ?Pare a caça às bruxas?, caracterizando o escândalo como uma conspiração de esquerda e declarando ?Basta?.