Cascavel – Não é de hoje que os problemas de superlotação do Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) são noticiados exigindo uma reorganização do hospital – e do sistema – para conseguir absorver a demanda de pacientes, já que o hospital atende a uma população aproximada de mais de dois milhões de habitantes da macrorregião Oeste. Nesta semana novamente o Pronto Socorro do hospital chegou a lotar, com 90 pacientes em um espaço que seria para atender 35 pessoas.
De acordo com o diretor-geral do Huop, Rafael Muniz, para conseguir atender a demanda de pacientes eles tiveram que pedir emprestado algumas macas do Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste) para dar conta de acomodar todos os que chegaram para ser atendidos. Como o hospital atua na modalidade “porta aberta”, não pode recusar atendimento e quando passa de 75 leitos, tem que pedir auxílio de macas para conseguir atender; conforme os pacientes vão tendo alta, as macas vão sendo liberadas para os serviços de origem.
Segundo ele, cerca de 60% dos pacientes que estão no pronto-socorro precisam de cirurgias e, por isso, o Huop está buscando ampliar a quantidade de profissionais que fazem este tipo de procedimento para tentar agilizar, o quanto antes, as cirurgias e conseguir seguir o fluxo mais rapidamente. Esses profissionais são contratados por meio de chamamento público e a direção já encaminhou os pedidos.
Eletivas continuam
Muniz adiantou que, mesmo diante da grande demanda de pacientes, as cirurgias eletivas vão continuar acontecendo dentro do Huop. Ele lembrou que em março o hospital passou por um problema de superlotação e que, à época, realizou uma nova modalidade de contratação de médicos anestesistas, que atualmente estão atendendo durante o dia e à noite. “Agora a situação se repete, devido à demanda de pacientes aguardando por cirurgias”, salientou.
Para isso, a direção está viabilizando as cirurgias para as especialidades de fila maior de espera, buscando organizar ainda outros problemas internos do hospital, como a falta de espaço físico e materiais para a realização dos procedimentos. “Em março solucionamos e adaptamos, mas a demanda é contínua e, por isso, vivemos momentos de tranquilidade e na sequência, semanas de caos”, relatou o diretor.
O diretor explicou ainda que a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) do Paraná tem ciência do problema e está realizando um estudo para ampliar a quantidade de leitos na macrorregião. “Estamos aguardando a abertura de mais leitos em um hospital particular e, ainda, aguardando o término da obra da ala materno infantil para este segundo semestre do ano, já que a ampliação de leitos é a medida mais eficaz para resolver o problema”, reforçou Muniz.
Foto: Sot/Luiz Felipe Max