Cascavel – Quem mantém o hábito de caminhar ou correr no Lago Municipal de Cascavel, um dos principais cartões postais da cidade, já percebeu nesta semana que uma nova fase da obra de desassoreamento foi iniciada. Pedras, conhecidas como “rip rap”, começaram a ser colocadas na margem ao redor do lago, com a função de conter a ação da água nos dias de vento forte, evitando o “desmoronamento” da terra da margem para dentro do lago.
De acordo com a assessoria de imprensa da Sanepar, estatal que é responsável pela obra, nesta semana a retirada dos sedimentos do lago chegou a 51%, sendo retirados 10.650 mil metros cúbicos do total de 21,5 mil previstos no projeto. Deste total, cerca de 60% é formado por restos de pedra e de areia e 40% é uma argila que foi sendo acumulada há anos na principal “caixa de água” da cidade.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Nei Haveroth, que acompanha os trabalhos, as pedras que estão sendo colocadas nas margens para contenção, fazem parte do todo da obra que vai desde a preparação da retirada dos sedimentos até a recomposição da estrutura original do lago, quando da sua formação. “No começo das obras tivemos problemas com as chuvas, justamente na fase de instalação da tubulação que era a fase mais complexa, mas agora está tudo funcionando e indo bem, dentro do planejado”, disse.
Além disso, serão instaladas caixas de contenção para proteção e prevenção a um novo processo de assoreamento do lago. Segundo Haveroth, as caixas são conhecidas também como “gabião”, que serão instaladas em locais mais profundos para acondicionar a sujeira oriunda das ruas do entorno do lago e que, com as chuvas, acabam sendo levadas pelas as galerias pluviais da região até o lago.
“Quando planejamos a limpeza já projetamos uma forma do lago não sujar mais, por isso, essas caixas que serão planejadas tecnicamente, com profundidades diferentes ao redor do lago para receber a sujeira e terão que ser limpas de forma periódica”, explicou o secretário, que fez a comparação das caixas com a caixa de gordura residencial, que também é uma forma de evitar que toda a sujeira vá para a rede, retendo a sujeira mais pesada. “Existem pontos que tem mais sedimentos e para eles é que as caixas serão maiores”, reforçou.
Sem odor
Os sedimentos que são retirados do lago estão sendo levados pela tubulação até um terreno que fica no Bairro Cascavel Velho, atrás da Escola Municipal Atílio Destro, a 3,5 mil metros de distância. O secretário explicou que os sedimentos não tem odor e a área vai suportar receber toda a quantidade, que foi projetada para receber até 23 mil metros cúbicos, um pouco a mais do que previsto para ser retirado.
Depois que terminar o trabalho, o terreno vai receber um preenchimento e será feita a revitalização com grama. “A nossa ideia é fazer um parque para a população, deixando o espaço como uma área recuperada, fazer calçada no entorno, transformando o local degradado em revitalizado”, disse.
Em novembro ou dezembro
A draga que é o equipamento que faz a sucção dos sedimentos continua funcionando próximo a ponte na entrada da Rua Jacarezinho, já que no local que estava instalada anteriormente concluiu a retirada dos sedimentos. O sistema de dragagem continua trabalhando em potência máxima de sucção, que atinge cerca de 100 metros cúbicos por hora, por meio de dois motores, que fazem o bombeamento da sujeira que é levada por um verdadeiro pelos tubos.
A previsão é as obras complementares de instalação de taludes, recomposição de pavimentos, plantio de mudas e grama e resgate da fauna serão feitas gradativamente ao longo da execução do desassoreamento, devendo ser concluídas até novembro ou dezembro. Após os trabalhos concluídos, o lago terá sua vida útil ampliada, visto que é um dos maiores reservatórios do país, dentro do perímetro urbano, contendo uma lâmina d’água equivalente a 39 hectares de área e em níveis normais possui 4 bilhões de litros de água vindos das nascentes do Rio Cascavel.
O serviço está sendo feito pela a Construtora Hamirisi, pelo valor de R$ 3.870 milhões. A proposta é que depois de pronta, o Lago fique limpo, assim como era no começo em que foi criado, no ano de 1980. O último desassoreamento foi realizado entre 2008 e 2010, quando segundo a Sanepar, foram retirados 108.000 m³ de lodo.
Fotos: Sanepar