Cotidiano

BR-163: Faltam só 12 km para concluir obra; DNIT quer retomar em agosto

BR-163: Faltam só 12 km para concluir obra; DNIT quer retomar em agosto

Cascavel – O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) realizou a liberação da nova ponte sobre o Rio Iguaçu e de novo segmento de pista já duplicadas da BR-163, trecho entre Cascavel e Marmelândia, distrito de Realeza. O novo segmento de pista liberado, de pouco mais de 1,5 km, é na divisa com o sudoeste do Estado.

A informação que a liberação da nova ponte deveria ocorrer até o final de maio já havia sido adiantada pela reportagem do O Paraná no início do mês. Agora, com a liberação da ponte e dos novos trechos, segundo o DNIT, restam apenas 12 do total dos 74 quilômetros de duplicação para serem entregues.

Contudo, é justamente esses 12 km que faltam que ainda causam dúvidas, já que a construtora Sanches Tripoloni, responsável pela execução teve o contrato rescindido em novembro de 2022. Por conta disso, o DNIT precisará “consultar” o interesse das empresas participantes da mesma licitação para, caso tenham interesse, assumam o renascente da obra. Caso nenhuma das empresas deseje assumir, o DNIT deverá realizar nova licitação.

O órgão Federal informou ao O Paraná que no momento está realizando a atualização do orçamento remanescente da obra e que pretende retomar os trabalhos da duplicação até agosto desse ano. Segundo o DNIT, os estudos de levantamento de serviços e cálculo renascente serão realizado até julho e a expectativa é que o novo contrato seja assinado em agosto. Contudo, isso depende de alguma das interessadas da licitação anterior ter disponibilidade em assumir os trabalhos.

O trecho já custou mais de R$ 743 milhões aos cofres públicos teve assinatura do contrato para o início da duplicação dos 74 km em 2014, contudo, a obra já começou atrasada, já que começou a sair do papel somente 14 meses após a assinatura do contrato, em 2016. A duplicação deveria ter sido concluída em 2018. Após 9 anos da assinatura do contrato, as obras ainda não foram concluídas.

O DNIT informou que realizou diversas notificações para a empresa Sanches Tripoloni retomar a prestação do serviço, o que não ocorreu. Por conta disso, foi necessária a rescisão do contrato.

Principais segmentos

Segundo levantamento da reportagem do O Paraná, os principais segmentos que ainda necessitam ser duplicados são o Contorno de Lindoeste, o viaduto em Santa Lúcia e novos trechos de pista simples entre Lindoeste e Capitão, bem como, uma trincheira em Capitão Leônidas Marques.

Redução de danos

Para diminuir os danos da não conclusão das obras de duplicação, no ano passado, o DNIT licitou serviços para a realização das obras de conservação e manutenção do referido trecho. Embora o contrato não se trate da conclusão da obra de duplicação, foram previstas liberações de novos trechos da rodovia. Com a realização dos serviços de “encaixe” da pista, novos trechos foram liberados. A empresa responsável pela realização dos serviços será a LCM Construção e Comércio S.A, de Belo Horizonte, Minas Gerais. “O objetivo é eliminar pontos de conflito e liberar segmentos que estão parcialmente prontos da rodovia”, informou o DNIT.

Trecho pedagiado

O que chama a atenção é que esse trecho onde ocorrem as obras já está incluso no projeto de concessão das rodovias do Paraná. O projeto prevê uma praça de pedágio em Lindoeste. E, apesar de parte da pista já duplicada, inclusive com pavimentação de concreto, o valor não é barato. A tarifa de partida é de R$ 11,46 e qualquer redução vai depender da oferta das empresas participantes no leilão da concessão.

Escândalos da obra

Não bastasse todo o atraso, as obras da BR-163 foram alvos de uma operação da CGU (Controladoria-Geral da União) que constatou prejuízo de mais de R$ 60 milhões para os cofres públicos por conta de irregularidades como sobrepreço e superfaturamento.

De acordo com a CGU, os desvios de recursos públicos dessa obra causam grande prejuízo à população e ao setor produtivo, já que a BR-163 é uma das principais rodovias do país, em razão de sua importância estratégica para o escoamento da produção agrícola e integração das regiões Sul e Norte.

A Operação Rolo Compressor, deflagrada no ano passado, consistiu no cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão em cinco estados: Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo, além do Distrito Federal. Houve um mandado de prisão temporária, afastamento de cinco servidores públicos e bloqueio de bens dos investigados.

Foto: Arquivo/ O Paraná