RIO – O preço do metro quadrado no Rio acumula queda nominal (descontada a inflação) de 2% neste ano, maior retração entre as 20 cidades que integram o índice FipeZap. Ainda assim, continua de longe o mais caro do país: vale R$ 10.223, bem à frente do custo em São Paulo (R$ 8.613) e no Distrito Federal (R$ 8.560), respectivamente segunda e terceira cidade no ranking. Na média, o índice FipeZap teve ligeiro crescimento de 0,14% no acumulado entre janeiro e agosto. MERCADO IMOBILIÁRIO 0109
Além do Rio, quatro cidades têm recuo de preço de imóveis, considerando a inflação: Niteroi vem logo atrás da capital fluminense, com recuo de 1,9%, seguida da Goiânia (1,5%), Recife (1,3%) e Distrito Federal (0,4%). Nas demais, houve alta: Florianópolis é a cidade onde mais subiram (5,4%) e São Paulo, onde os preços menos cresceram (0,1%).
Considerado apenas o mês de agosto, o índice FipeZap apresentou variação de 0,05%. Cinco cidades ? incluindo Rio e São Paulo ? apresentaram queda no preço. As demais tiveram alta, mas em apenas cinco (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis) o aumento dos preços em agosto superou a inflação esperada (IPCA) para o mesmo período, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
Tomando-se em conta os últimos doze meses, o Índice FipeZap se mostra praticamente estável (-0,03%). Tendo em vista que a inflação esperada para o período é de 8,95%, o preço médio anunciado do metro quadrado apresentou queda real de -8,24%.
O metro quadrado mais caro do Rio é o do Leblon (R$ 21.727) e o mais barato, de Cavalcanti (R$ 2.422).
CONDIÇÕES NEGATIVAS
Outro indicador, o Radar Abrainc-Fipe ? que afere, além de preços, condições de financiamento, crédito, demanda e ambiente do setor ?, com dados de junho, revela que as condições do mercado imobiliário tiveram nova queda. Com dados desde janeiro de 2004, o índicador atingiu um novo piso na série histórica, com pontuação média de 2,2 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável).
Apesar da ligeira melhora no ambiente macro, como os indicadores de confiança e juros, as dimensões de crédito imobiliário e demanda mantiveram trajetória declinante. Já o ambiente setorial se manteve praticamente estável, com a melhora nos indicadores de insumos e lançamentos compensando a queda no indicador de preço dos imóveis.
No total, cinco dos 12 indicadores do Radar encontram-se nos níveis mais baixos da série: atividade, massa salarial, preço dos imóveis, emprego e condições de financiamento. Em 2016, o panorama geral do mercado permanece negativo, com queda de 0,6 pontos entre junho de 2016 e dezembro de 2015. Em relação aos 12 meses, entre junho de 2016 e junho de 2015, nota-se uma queda em todas as dimensões, resultando em um recuo de 1,6 pontos na média geral.
Segundo o vice-presidente da Abrainc, Renato Ventura, o aumento, ainda que sensível, na confiança do consumidor deve ainda vir a se refletir na melhora de outros indicadores, e consequentemente, no cenário econômico do país e do setor imobiliário. Ele lembra que o setor é cíclico, e que à baixa se seguirá um período de melhorias e de valorização.