Cotidiano

Cascavel 71 anos: Mais madura e com menos mortes no trânsito

Fiscalização e educação são ferramentas de trabalho para melhoria nos índices do trânsito de Cascavel

Cascavel 71 anos: Mais madura e com menos mortes no trânsito

Cascavel – O trânsito da cidade é um setor fundamental para todos os cidadãos. A mobilidade urbana é o reflexo de várias questões como o planejamento urbano e, também da “educação” da população, envolvendo todos os atores: condutores e pedestres. A segurança e a qualidade viária também têm influência direta na rotina das cidades e, nos últimos anos, o planejamento das ações, melhorias e campanhas de conscientização tem alcançado pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas.

Cascavel sempre foi conhecida por ter um trânsito conturbado, com altos índices de acidentes e de óbitos, reflexo do excesso de velocidade, avanço de sinal vermelho, embriaguez ao volante e ainda a falta de habilitação. Depois de anos com índices elevados, ao completar 71 anos em 2022, a cidade atingiu o mais baixo registro de óbitos por acidentes na área urbana na última década.

Segundo dados da Transitar, nos dez meses deste ano, 11 pessoas perderam a vida em acidentes no perímetro urbano de Cascavel, quantidade bem menor do que no ano passado todo que ficou em 24 óbitos. Nos anos anteriores, se compararmos os dados voltando até 2012, ou seja, dez anos atrás, a cidade nunca teve menos de 20 óbitos, exceto o ano de 2014 que foram 19. Para se ter uma ideia, em 2012 foram 32 pessoas que perderam a vida dentro nas ruas de Cascavel.

3,5 mil acidentes

Analisando os dados da autarquia, o coeficiente de óbitos Cascavel está com uma média de 3,27 óbitos por cada 100 mil habitantes, sendo que no ano passado foi 50% maior: 7,14. A quantidade de acidentes já não acompanha essa baixa. Nos primeiros dez meses desse ano foram 3.546 acidentes com 1.018 feridos, índice maior do que no mesmo período do ano passado que registrou 3.341.

Menor gravidade

Simoni Soares, presidente da Transitar, disse que mesmo com um número de acidentes maior, a gravidade deles foi menor é isso é reflexo de um trabalho intenso que está sendo realizado pela a autarquia em parceria com diversos órgãos de trânsito. “Desde o ano passado estamos fazendo ações específicas com base nos dados dos setores de fiscalização e de engenharia de trânsito; agora estamos colhendo os frutos, com resultados bastante positivos”, comemorou a presidente.

Para se ter uma ideia, este ano sete motociclistas perderam a vida, sendo que no ano passado foram16, ou seja, uma redução bastante significativa. Dos óbitos desse ano, três deles não tinham CNH (Carteira Nacional de Trânsito). “Aliás essa questão de falta de habilitação já chegou a atingir metade das ocorrências em blitz, mas conseguimos depois de bastante trabalho reduzir pela metade”, salientou.

Embriaguez ao volante

Um dos grandes desafios da Transitar continua sendo a embriaguez ao volante. Mesmo com ações de conscientização, os flagrantes aumentaram cerca de 800% em relação ao ano passado. “Vamos continuar trabalhando para buscar sempre a redução dos acidentes, mas ainda temos uma grande imprudência, já que dados apontam que 80% dos acidentes ocorrem em cruzamentos semaforizados”, relatou. Cascavel a cidade do interior do estado com a maior quantidade de cruzamento com semáforos, um total de 241 locais.

Para flagrar e buscar reduzir as imprudências, em novembro passaram a funcionar todos os 47 radares eletrônicos contratados pela Transitar. Eles foram instalados em pontos estratégicos da cidade e as principais infrações são o excesso de velocidade e à conversão à esquerda que é proibida nas avenidas que tem as faixas exclusivas de ônibus. “Precisamos punir para reeducar os motoristas, já que estamos em processo de aquisição de 15 ônibus elétricos e o conserto desses ônibus custam bem mais do que os tradicionais”, disse Simoni. Somente em setembro foram 8.427 de multas por esse tipo de infração.

Foto: Secom

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Várias ações já estão programadas para 2023

Para 2023 a Transitar já tem uma série de ações planejadas, tanto no centro quanto nos bairros da cidade, que estão descritos no PAIT (Projeto de Ação Imediata no Trânsito) que está sendo elaborado desde 2020 e que terá dados específicos do trânsito da cidade, como a contagem de veículos e os principais gargalos que devem ser trabalhados para a melhoria da mobilidade urbana. A expectativa da autarquia é de receber o trabalho completo já no início do ano.

Simoni Soares disse que com o plano concluído, a Tranistar vai nortear todas as ações pelo Pait. “Vamos inclusive fazer a reprogramação de semáforos e rever os pontos”, esclareceu. Já estão previstas intervenções nos viadutos da Avenida Rocha Pombo, Jacarezinho e Theobaldo Bresolin. “Também iremos acompanhar e atuar na execução da nova Avenida Carlos Gomes e prolongamento da Olindo Periollo”, lembrou.

Sinalização

A Transitar também trabalha em parceria com a Sesop (Secretaria de Serviços e Obras Públicas) que está fazendo uma revitalização completa de algumas ruas de binários da cidade, e quando for finalizado, serão implantadas as sinalizações horizontal e vertical. “Temos uma licitação em andamento para que a empresa vencedora preste este serviço no ano que vem para a companhia”, explicou Simoni.

Esta mesma empresa é que fará a revitalização da sinalização completa de pelo menos dez bairros no próximo ano. Os primeiros bairros que receberão a nova sinalização são o São Cristóvão, Santa Cruz e Coqueiral, escolhidos por serem os bairros com maior número de acidentes. Este ano alguns bairros já foram contemplados com as melhorias, como o Universitário, Riviera, Cataratas e Florais do Paraná.

Também serão colocadas pelo menos 50 faixas iluminadas em faixas de pedestres na cidade. “Essa ação já queremos executar no início do ano e vamos priorizar os locais que tem aulas noturnas, tanto colégios públicos quantos particulares e as unidades de saúde que tem atendimento noturno, parques públicos com movimento, para melhorar a visualização ao pedestre”, salientou a presidente, que reforçou ainda que eles vão continuar trabalhando para reduzir óbitos e acidentes.