Cascavel – A previsão meteorológica de instabilidade climática para esta semana vem se confirmando e a chuva voltou a cair com força no Oeste e em alguns outros municípios do Paraná. Em algumas cidades, a chuva foi acompanhada de intensas rajadas de vento, provocando destelhamentos e quedas de árvores e postes de energia elétrica. Em Cascavel, os maiores transtornos foram verificados na região norte da cidade, com cinco ocorrências de destelhamento e alagamentos.
As descargas elétricas ressurgiram no céu de Cascavel ainda na noite de quarta-feira. Do início do mês até ontem (20), choveu o equivalente a 357 milímetros, faltando pouco para chegar ao volume de chuva registrado durante todo o mês de outubro do ano passado, que chegou a 442 milímetros. Somando o acumulado deste ano, em Cascavel já foram registrados 2.170 milímetros de chuva, contra 1.258 no mesmo período de 2022, ou seja, 72,5% a mais.
Por muito pouco, as chuvas e os ventos não provocaram uma tragédia, no bairro Melissa, em Cascavel. Uma araucária não suportou a força do vento e caiu sobre uma casa. O morador Alexandro de Lima, contou que por muito pouco, a irmã não foi atingida. A casa está localizada na rua Marfim. Quedas de árvores foram registradas ainda nas cidades de Assis Chateaubriand, Cafelândia e também em Corbélia. Em Curitiba, também ocorreram quedas de árvores em diversos bairros.
Toledo
Em Toledo, o temporal causou a queda de árvores no perímetro urbano e em rodovias. Conforme informações obtidas junto ao Corpo de Bombeiros, seis árvores caíram na área central e as demais em rodovia. Além disso, residências ficaram sem energia elétrica. Conforme a Copel, pela manhã, eram 1.304 unidades consumidores sem luz elétrica. Uma grande árvore caiu na Avenida Egídio Munaretto, saída para a BR-467, interditando a passagem de veículos. No interior de Toledo, as rajadas de vento foram tão fortes que resultaram no tombamento duas câmaras frias. Ainda em Toledo, os ventos retorceram uma torre de comunicação de internet.
Fortes ventos derrubaram árvores, postes e deixou 10 casas destelhadas em Prudentópolis, na região central do Paraná. De acordo com o Corpo de Bombeiros, lonas foram fornecidas para moradores que tiveram as residências atingidas. No bairro Jardim Delmira, 10 postes foram derrubados com a força dos ventos, o que deixou moradores sem energia elétrica.
SEM ENERGIA
Cerca de 90 mil unidades consumidoras estão sem luz devido a um temporal de grandes proporções que atingiu todo o Estado na madrugada de quinta-feira. As regiões mais afetadas são o Centro-Sul, com 35.283 consumidores desligados, e o Oeste, com 34.424. Ao todo, 740 eletricistas de serviços e manutenção da Copel trabalham para reconstruir a rede e restabelecer o fornecimento de energia. As equipes, que estão recebendo reforços de regiões menos afetadas, trabalham para atender 2.203 serviços emergenciais espalhados por todo Estado. Do total, 1.237 estão localizados na Região Oeste.
Até o fechamento desta edição, os municípios com maior número de unidades consumidoras sem energia eram Prudentópolis, com 11.043 desligados, e Palmital (4.746) no Centro-Sul, Jesuítas (3.251), Formosa do Oeste (3.251) e Assis Chateaubriand (3.107), na região Oeste. Para esta sexta-feira, a previsão é de chuva no período da manhã. À tarde, as precipitações pluviométricas começam a reduzir e à noite, as temperaturas começam a cair.
Foto Celso Dias
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Produtores seguem somando prejuízos
Na agricultura, o prejuízo nas lavouras é algo certo, só ainda não se sabe quanto. Os órgãos responsáveis ainda realizaram a apuração dos danos causados pelas chuvas na semana passada, dizimando lavouras e gerando um grande prejuízo para o agricultor. A colheita do trigo, por exemplo, apresenta estagnação. Diante desse cenário, houve uma piora na qualidade do cereal, conforme análise presente no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, referente ao período de 14 a 20 de outubro, resultado do trabalho exercido pelo Deral (Departamento de Economia Rural), por intermédio da Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento).
Com base em dados coletados na semana anterior, 7% das lavouras de trigo apresentavam condições ruins. Com a atualização das informações, o percentual subiu para 12%, além da redução de 69% para 60% das consideradas boas e aumento de 24% para 28% das que estão em situação mediana. Em recente entrevista, o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que os prejuízos na agricultura da região de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado, já ultrapassam R$ 60 milhões. Lembrando que esse levantamento ainda é preliminar.
