Cascavel – A pandemia trouxe uma série de problemas para o mundo todo e uma das áreas mais impactadas foi a da educação. Alunos e professores tiveram que se adaptar a uma nova realidade, com ensino à distância nunca pensado antes. E os reflexos dessa mudança de relações está começando a ficar mais evidente, quando os gestores da educação terão que replanejar e buscar recuperar as perdas geradas pela pandemia.
O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é uma avaliação que ocorre a cada dois anos e tem por objetivo mostrar a realidade das redes públicas de ensino, tanto na proficiência em Língua Portuguesa e Matemática, quanto na nota de fluxo, que são os índices de aprovação, reprovação e evasão escolar. A nota de fluxo avalia todas as séries, do 1º ao 5º ano, e a nota de proficiência avalia as turmas de 5º ano.
Em 2021, Cascavel não atingiu a meta de 6,5 de acordo com os resultados que foram divulgados nos últimos dias, fechando em 6,3 o índice municipal. O índice que mede a qualidade de ensino no Brasil apresentou queda em praticamente todo o território nacional. Em Cascavel, a queda foi de 0,2 em relação ao Ideb de 2019, quando o índice foi de 6,5.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Marcia Baldini, analisando os dados é possível verificar que as dez maiores cidades do Paraná tiveram queda da nota, que ocorreu em decorrência da pandemia que deixou os alunos um ano e meio afastados do ambiente escolar, ou seja, por mais que professores estivessem trabalhando de forma remota, houve perda, principalmente nos anos iniciais, aonde é ainda mais necessária a presença do professor acompanhando o aluno.
Segundo a secretária, essa queda já foi apresentada nas avaliações aplicadas pela a própria secretaria, que está na segunda prova desde o ano passado, em uma avaliação diagnóstica da aprendizagem. É nesse tipo de aplicação que eles conseguem levantar quais pontos devem ser melhorados, principalmente nas disciplinas bases como português e matemática.
Melhores do Brasil
Sobre a colocação das escolas, a secretária disse que algumas subiram, outras regrediram e outras estão estabilizadas. Algumas acabaram se destacando, entre elas, as escolas Gládis Tibola, Hércoles Boschirolli, Diva Vidal e Almirante Barroso, que atingiram notas muito boas, se colocando como as melhores do Brasil. Elas estão no grupo de 14 escolas que atingiram a meta, lembrando que cada uma tem uma meta estipulada pelo próprio Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela avaliação.
Márcia ressaltou ainda que outras também tiveram um salto bem grande, como as escolas São Francisco de Assis, Zumbi dos Palmares, Arthur Oscar Mombach, Rubens Lopes e José Silvério de Oliveira. Por outro lado, 32 escolas baixaram a pontuação totalizando 40 que não atingiram a meta, sendo que as que mais perderam foram as escolas Professora Kelly Christina Trukane e Aquiles Bilibio.
Retomada com planejamento
“Vamos a partir de agora trabalhar na retomada da aprendizagem, porque mesmo com esses índices, Cascavel ficou na terceira colocação do estado”, disse Márcia. Em primeiro lugar ficou a cidade de Foz do Iguaçu e em segundo Londrina e Maringá. O Paraná teve uma média de 6,2, ou seja, Cascavel ultrapassou a média estadual. “Temos um trabalho enorme para recuperar o prejuízo, elaborando planejamento da rede pública de ensino, considerando dificuldades de cada escola e de região”, disse Marcia Baldini.
A professora explicou nesse tipo de planejamento deve ser levado em consideração o contexto social dos alunos e da região em que a escola está inserida, já que são aspectos bastante particulares, como características sociais e econômicas. Além dessa visão, é importante que os pais entendam o papel deles com os filhos, no acompanhamento das tarefas e no desenvolvimento escolar.
Para a secretária de Educação, o momento,a partir de agora é de analisar, pensar em metas e ações. “Já estávamos esperando os dados, mas mesmo assim, quero deixar claro que os resultados poderiam ser piores, mas que isso não ocorreu porque todos funcionários trabalharam, e muito, durante a pandemia, estando envolvidos no aspecto pedagógico”, ratificou, complementando ainda que a partir de agora o resultado é um só, de melhorar a aprendizagem e unir ainda mais os profissionais.
Em todo o estado, Cascavel foi uma das primeiras cidades que retornou ao ensino presencial por ter sido a primeira cidade que vacinou.
Foto: Semed