Cotidiano

Pagamento de auxílio aos caminhoneiros abre porta para novas “negociações”

Pelo menos 254 mil caminhoneiros do Oeste têm direito ao auxílio do governo federal

Pagamento de auxílio aos caminhoneiros abre porta para novas “negociações”

Cascavel – O pagamento do auxílio para os caminhoneiros autônomos do Brasil é muito mais do que uma ajuda para a categoria, que desde o início da pandemia, assim como tantos outros setores, sofre com os reflexos do “pós-Covid”. Criado pela emenda constitucional que estabeleceu estado de emergência por causa da alta do preço dos combustíveis, o Auxílio Caminhoneiro será pago até dezembro. A emenda elevou benefícios sociais e instituiu auxílios emergenciais até o fim do ano.

Para o presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Cascavel e Região), Jeová Pereira, a instituição do auxílio abre as portas para que a categoria seja ouvida e possa negociar melhores condições de trabalho. “Este é um primeiro passo para os caminhoneiros, que lutam há anos por melhores condições de trabalho, possam ser ouvidos”, disse Jeová. Para se ter uma ideia, o auxílio vai ajudar um montante de pelo menos 25 mil caminhoneiros em toda a Região Oeste, sendo que deste total, pelo menos 10 mil estão em Cascavel. Para Pereira, o auxílio vem em uma “boa hora” para muitas famílias.

O próximo passo, segundo Jeová, é abrir uma negociação para o retorno de parte do valor que é repassado por meio da carta frete e mais investimentos no setor. Sobre a pequena redução no preço do litro do diesel, Jeová disse que “é importante”, mas não apenas para a categoria como para toda a sociedade, já que o transporte é um dos principais custos dos preços dos produtos, o que acaba refletindo diretamente no bolso do consumidor.

“É importante uma redução no preço do diesel para toda a sociedade, mas para a categoria são muitos outros pontos a serem analisados e que devem ser discutidos”, reforçou.

 

Na ANTT

Ainda sobre o auxílio pago pelo governo, o presidente do Sindicam disse que alguns profissionais que prestam serviço para empresas e que acabaram vinculando seus caminhões a elas, não estão conseguindo receber o benefício, um problema que está sendo tratado diretamente com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Ele explicou que o caminhoneiro autônomo quando o motorista compra o caminhão já faz um cadastro junto a empresa para poder trabalhar e receber pelo o serviço, ou seja, o cadastramento ocorre de forma automática. As duas primeiras parcelas do Auxílio Caminhoneiro, benefício emergencial para repor os efeitos do aumento do diesel neste ano, já foram pagas no início do mês. Como cada parcela equivale a R$ 1 mil, cada caminhoneiro receberá R$ 2 mil neste mês.

O dinheiro será depositado nas contas poupança sociais digitais e poderá ser movimentado por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite a compra em lojas virtuais cadastradas, o pagamento de contas domésticas e a transferência para qualquer conta bancária.

Foto: O Paraná

Em Cascavel, 72 taxistas também recebem o auxílio

 

Outra categoria que está recebendo auxílio federal neste mês são os taxistas. No Paraná, são cerca de 7 mil taxistas, sendo 72 em Cascavel. Giovani Luis Lira, presidente do Sindetáxi (Sindicato dos Motoristas de Táxi de Cascavel), contou que o número de trabalhadores caiu desde o começo da pandemia. Antes eram 104, passando para 72: alguns faleceram em decorrência da doença e outros abandonaram o setor, inclusive por serem idosos.

Para Luis Lira, a categoria ficou satisfeita com o auxílio que veio para amenizar os efeitos da pandemia. “Ainda não retomamos o fluxo que tínhamos antes e, além disso, tivemos um impacto muito forte com a alta dos combustíveis”, falou. Sobre a quantidade de profissionais atuando na cidade, o presidente do Sinditáxi disse a categoria ainda aguarda a abertura de uma nova licitação para repor as vagas por parte da Transitar, já que é necessário fazer um trâmite para a concessão, porém, a licitação só poderá ser feita após o período eleitoral.

Por meio do auxílio taxista eles também receberam duas parcelas do benefício, de julho e agosto, de até R$ 1 mil cada uma. O valor final dependerá da quantidade de taxistas que demandarem o benefício. Caso haja mais taxistas que o previsto, o valor para cada um ficará menor. A terceira parcela será paga em 30 de agosto.

Tem direito ao benefício os motoristas de táxi registrados nas prefeituras, titulares de concessões ou alvarás expedidos até 31 de maio. Não será necessária qualquer ação por parte dos taxistas. Em todo o país são cerca de 245 mil taxistas benefício emergencial para compensar o aumento dos combustíveis neste ano.