Cotidiano

Operação Acolhimento: 308 pessoas são retiradas das ruas em uma semana de trabalho

As pessoas abordadas durante a operação foram encaminhadas para atendimento psicossocial na Unidade do Centro de Convivência do Bairro Morumbi

Operação Acolhimento: 308 pessoas são retiradas das ruas em uma semana de trabalho

Cascavel – A Operação Acolhimento, uma verdadeira “força-tarefa” para encaminhar os moradores em situação de rua para o atendimento social ou internamento, completou na quarta-feira (27) uma semana de trabalho e os órgãos de segurança integrados na ação apresentaram o primeiro balanço. Até agora, no total, foram encaminhadas 308 pessoas para atendimento, liberadas mais de 30 passagens de ônibus para outras cidades e apreendida uma grande quantidade de facas, armas, tesouras e objetos para o uso de drogas, principalmente crack.

A operação está sendo realizada pela a Polícia Militar em parceria com as secretarias municipais de Assistência Social, Políticas sobre Drogas, Conselho Municipal de Segurança, Guarda Municipal, Polícia Civil e o setor de Direitos Humanos da OAB/Cascavel.

As pessoas abordadas durante a operação foram encaminhadas para atendimento psicossocial na Unidade do Centro de Convivência do Bairro Morumbi, onde foi criada uma base de apoio.

Ação continua

O capitão Diego Astori, comandante da 1ª Cia da PM, avaliou a ação como positiva e afirmou que os trabalhos continuarão por tempo indeterminado. Segundo ele, é visível que a quantidade de pessoas nas ruas diminuiu, mas que ainda algumas persistem mesmo sendo abordadas diariamente. “Estamos tendo um bom retorno da sociedade que com as ações tem uma maior sensação de segurança e parabenizam a operação”, relatou.

Astori reforçou a toda população que é importante que as pessoas não deem esmola nas ruas, já que durante as ações o que eles mais ouviram dos moradores é que vem para Cascavel, no caso de moradores de fora, porque aqui na cidade eles ganham comida, dinheiro. “De dia eles aproveitam para pedir e de noite acabam cometendo furtos e roubos, por isso, precisamos da ajuda da sociedade para não manter esse vício”, disse.

Durante esta semana, os policiais acabaram enfrentando algumas intercorrências, a primeira delas de um morador do Rio Grande do Sul que quebrou o assento do ônibus que transporta os moradores até a central de atendimento e outro que já havia sido acolhido, mas que no dia seguinte ateou fogo na Estação Cidadania, no antigo Terminal Leste. Além disso, foi identificado uma pessoa que tinha um mandado de prisão por tráfico em aberto, um morador de rua que havia furtado duas bicicletas e outro que estava traficando com uma criança de apenas 3 anos.

Acolhimento e tratamento

Misael Júnior, secretário municipal de Cidadania, disse que só durante esta semana foram realizados sete internamentos voluntários e outros cinco, duas mulheres e três homens estão em processo, ou seja, um total de 12 pessoas usuárias de álcool e outras drogas. Com isso, a secretaria tem ainda em aberto 10 vagas para internamento involuntário e 15 voluntário.

Segundo ele, este tipo de ação está sendo realizada há algum tempo e busca encaminhar as pessoas dentro de um novo fluxo de atendimento municipal integrado. No caso do internamento involuntário, a pessoa fica três meses de forma involuntária na clínica e depois mais um tempo dependendo da avaliação.

O trabalho é feito com parceria da Guarda Municipal e do Samu, que faz a abordagem e leva até a clínica. Além desse trabalho também existe o internamento voluntário, que de 40 passou para 70 vagas em cinco clínicas credenciadas, fluxo que é realizado com parceria da Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com os últimos números da Secretaria de Assistência Socail, cerca de 400 pessoas viviam nas ruas de Cascavel, um índice 30% maior que em 2021. Nos atendimentos, realizados durante a operação que conta com o apoio do Instituto de Identificação da Polícia Civil, os moradores têm acesso a documentos pessoais que são importantes inclusive para acessarem os benefícios sociais.

Fotos: PMPR

Nova oportunidade

Mauri Barbosa, presidente do Conseg (Conselho Municipal de Segurança) de Cascavel disse que a operação, além da questão da segurança, trouxe a oportunidade de uma nova vida, acesso a tratamento ou até de voltar para a sua cidade de origem. “O Conseg parabeniza a PM e aos guardas que mesmo com o baixo efetivo estão fazendo as operações do acolhimento e ainda a Operação Saturação, respondendo aos anseios da sociedade”, registrou.

Barbosa salientou ainda que a maioria aceitou a ação e mesmo que algumas das pessoas abordada tenha oferecido algum tipo de resistência, foram atendidas e encaminhadas.