Nos últimos dias foram apreendidas 85 armas de uso restrito que seriam usadas em rixa de bandidos
Cascavel – As forças de inteligência da Polícia Federal na fronteira já detectaram: nunca se apreendeu tanta arma de uso restrito como neste ano no oeste do Paraná. Uma das justificativas pode estar na necessidade de facções criminosas se armarem fortemente, mas não só para enfrentarem a polícia, principalmente para se armarem para as disputas travadas com outros grupos criminosos. “E como a polícia tem apreendido muitas delas, elas precisam ser repostas, além de o arsenal ser ampliado”, revela um agente da PF que atua na fronteira e que pediu anonimato.
As investigações apontam que essas armas – de todos os calibres, mas principalmente as pistolas por serem mais compactas e de fácil transporte – estão abastecendo o crime organizado, com destaque para a Região Sudeste, no eixo Rio de Janeiro-São Paulo. “Como as armas saem do Paraguai, nota-se que o governo paraguaio nada tem feito. Não faz qualquer tipo de esforço para controlar as vendas, embora tem este poder de controlar essa comercialização indiscriminada”, denuncia o agente federal.
Rota pronta
Além disso, o transporte das armas e das munições não segue caminho inovador. Na maioria dos casos, os criminosos usam a rota já viciada e bem desenhada do contrabando e do descaminho que corta a região oeste do Paraná. Ao menos isso é o que é identificado nas constantes apreensões feitas na região, a exemplo da de ontem (leia mais nesta página). “Onde passa o contrabando passa a droga, passa a arma (…) e as armas nunca são um fim, elas são sempre um meio… um meio de se conseguir o que quer, então os bandidos não estão trocando o tráfico de drogas pelo de armas. Um complementa o outro e a arma é um instrumento de trabalho, porque, quanto mais armados, mais perigosos eles serão”, alerta o agente.