Saúde

Mutações identificadas no Brasil, Reino Unido e África do Sul representam “alto risco”, alerta UE

Trata-se da declaração mais contundente das autoridades europeias desde que a mutação britânica se tornou prevalente em áreas da Inglaterra, em dezembro

Mutações identificadas no Brasil, Reino Unido e  África do Sul representam “alto risco”, alerta UE

Estocolmo – O ECDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças Europeu), ligado à UE (União Europeia), anunciou nessa quinta-feira que as mutações do novo coronavírus encontradas no Brasil, no Reino Unido e na África do Sul representam um “alto risco” para a Europa em razão de sua maior transmissibilidade em relação às demais linhagens do patógeno.

Trata-se da declaração mais contundente das autoridades europeias desde que a mutação britânica se tornou prevalente em áreas da Inglaterra, em dezembro.

“Baseado nas novas informações, o risco associado à introdução e à transmissão comunitária destas variantes preocupantes foi alterado para alto/muito alto”, disse o ECDC em um comunicado.

As variantes, que contêm mutações-chaves na proteína S do Sars-CoV-2, que infecta as células humanas para se replicar, já foram detectadas em vários países da Europa, segundo o órgão.

“Nós estamos observando as situações epidemiológicas se deteriorando em áreas onde as variantes do Sars-CoV-2 se tornaram presentes”, afirmou Andrea Ammon, diretor do ECDC, em um comunicado. “Um número crescente de infecções levarão a um aumento de hospitalizações e taxas de óbitos ao longo de todas as faixas etárias”.

Na avaliação do centro, os países-membros da UE “devem se preparar para uma futura escalada na demanda nos sistemas de saúde”.

A mutação brasileira, chamada E484, foi identificada no Rio de Janeiro e em variantes em Manaus, como a identificada em japoneses que estiveram no Amazonas. Ela altera o RDB, o ponto da proteína S em que o Sars-CoV-2 se liga às células humanas.

 

Vacina da Pfizer protege

A vacina da covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech protegerá contra a nova variante do coronavírus identificada no Reino Unido, de acordo com um artigo publicado por cientistas das duas farmacêuticas na terça-feira (19). A pesquisa foi divulgada na plataforma BioRXiv, e ainda não passou pela revisão de outros pesquisadores.

O documento reafirma as descobertas publicadas no início deste mês em outro artigo escrito por cientistas da Pfizer, que também indicou proteção do imunizante contra a nova cepa. Enquanto o estudo anterior testou um vírus feito em laboratório que tinha uma mutação chave presente na variante do Reino Unido, a nova pesquisa testou um vírus desenvolvido em laboratório, com todas as mutações.