A grande questão da atualidade brasileira e uma das mais decisivas da história do País será respondida apenas no último trimestre do ano, quando o sucessor de Michel Temer na Presidência da República for conhecido. Os impactos serão severamente diferentes nos dois cenários possíveis. Será um, caso o vencedor seja um reformista e será outro se a vitória for de um novo governo de perfil populista. Esse contexto associado à realidade econômica mundial foi o objeto da exposição do economista Alexandre Mendonça de Barros em palestra promovida na tarde de ontem no auditório central do Parque Tecnológico Coopavel, onde ocorre o Show Rural.
Um dos maiores nós da atualidade brasileira é o déficit da Previdência. Caso a reforma não seja feita, em 2030 ela consumirá 93% do orçamento público nacional. “Essa é uma das razões de o mercado enxergar tanto perigo em uma possível volta de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência”, explica Alexandre.
Com um populista no poder, o real será valorizado e as commodities tendem a avançar de preço. Por outro lado, com um reformista, o real deverá cair e os preços agrícolas, por exemplo, não terão ganhos devido a alterações de câmbio. Entretanto, no primeiro cenário a economia tende a se agravar e o consumo não vai se recuperar. Com um presidente reformista, a tendência de recuperação seguirá e o consumo interno vai crescer.
O processo de avanço da economia brasileira pode ser medido com previsões otimistas para 2018. O PIB (Produto Interno Bruto) poderá fechar em 4%, a inflação deverá ficar em 4% e a taxa de juros poderá encerrar o ano em 6,5%. “Fui professor de macroeconomia por 17 anos e essa é a minha especialidade. E afirmo que essas condições raramente são vistas juntas. Por isso, o próximo presidente terá uma grande chance nas mãos de recolocar o Brasil no trilho do crescimento”, ressalta o economista.
A grande novidade é que se conseguiu quebrar a histórica espiral da inflação/salário. Outra boa notícia é que o próximo presidente poderá receber o governo com índice de desemprego abaixo de 10%.
Mendonça de Barros não vê volatilidade econômica no primeiro semestre do ano e ressalta que a previsão é de linearidade nos preços na bolsa de Chicago (Estados Unidos) até o fim do atual exercício. Na palestra Perspectivas da economia e dos mercados agrícolas de 2018, o economista fez referências também à situação global. E afirmou que o panorama é dos mais positivos.