Cascavel – O acirramento da pandemia e o decreto estadual que impede eventos com mais de dez pessoas obrigaram o cancelamento das tradicionais confraternizações de fim ano.
Tristeza para os trabalhadores, e prejuízo para comerciantes. A situação reflete diretamente nos negócios de quem costumava faturar alto em dezembro, oferecendo produtos que não podem faltar nessas reuniões, como chope.
Além de ser proprietário de bares e restaurantes em Cascavel, o empresário Gilberto Martignoni produz e comercializa chope e já sente a diferença. “Só nos últimos três meses, tivemos uma diminuição de 40% no movimento nos bares e nos restaurantes comparando com o mesmo período do ano passado, levando em conta os decretos e o toque de recolher das últimas semanas”.
Em outros anos, nesta época era praticamente impossível conseguir reservar um barril de chope. Agora, o cenário é bem diferente. “Já registramos alguns cancelamentos de festas, reuniões e confraternizações que estavam marcadas para 30, 40, 50 funcionários…”, diz Martignoni.
A esperança de um prejuízo menor fica por conta das comemorações em casa, entre os próprios familiares. “A venda de barris de chope e aluguel de chopeiras ainda não foi tão impactada. No início deste semestre, conseguimos fazer algumas promoções, então não tivemos tanto prejuízo. Já temos algumas reservas feitas e outras entregas confirmadas”, acrescenta.
Em outra empresa de Cascavel que fabrica e distribui a bebida artesanal, os poucos pedidos feitos foram cancelados. “Se a gente comparar o número de pedidos do ano passado com os que temos até agora, a redução foi de mais de 80%”, comenta o gerente da cervejaria, que pediu para não ter o nome divulgado.
Para não deixar o fim de ano passar em branco, os empresários estão substituindo as festas por pequenas reuniões. Foi a saída que os proprietários de uma loja que presta assistência técnica e manutenção para ar-condicionado em Cascavel encontrou. “Fizemos a nossa confraternização no início do mês. Como temos um número pequeno de funcionários, apenas oito, não precisamos cancelar a festa e mantivemos os pedidos de comida e bebida, seguindo todas as orientações dos órgãos de saúde”, conta o gerente da loja.
Por outro lado, os mais de 300 empregados de uma rede de supermercados vão ficar sem o tradicional costelão de Natal este ano. “Infelizmente, não podemos ignorar o momento que vivemos e não poderemos reunir nossos colaboradores. Escolhemos presentear cada um deles com uma lembrança e deixar nossa confraternização para outra oportunidade. Já no mês passado entramos em contato com as empresas que iam fornecer o alimento e a bebida e cancelamos os pedidos”, explica um dos sócios da empresa.