Reportagem: Marina Kessler
Foto: Aílton Santos
Denúncia de uma internauta ao Hoje News mostra o descaso do poder público quanto à acessibilidade. Em frente à antiga estrutura do Posto Central, no cruzamento das ruas Rio Grande do Sul e Souza Naves, no centro de Cascavel, está praticamente destruída. Quem utiliza a calçada precisa desviar dos buracos e, em alguns casos, andar pela rua se torna a única opção.
A cadeirante Jaqueline Scherer conta que este problema é constante e pouco combatido. No ano passado, ela sofreu uma queda no Bairro Universitário e como consequência, teve um desvio na coluna. “Fui subir a calçada e cai. Cheguei a entrar com um processo contra o município, mas infelizmente não consegui provas suficientes para ganhar a causa”, conta.
Jaqueline até tentou passar pela calçada na Rua Souza Naves, porém, não conseguiu. “A acessibilidade em rampas e calçadas são uma das maiores dificuldades”, aponta.
De acordo com o presidente da Adefica (Associação dos Deficientes Físicos de Cascavel), Nelson Cabral, calçadas acessíveis é um direito da pessoa com deficiência. “É um problema recorrente e que é resolvido com mais rapidez quando envolve o poder público. Já quando está ligada a uma calçada particular, por exemplo, a situação se estende muito”, lamenta.
CPA desativada
Uma das formas de denunciar, fiscalizar e minimizar estes problemas é pela Comissão Permanente de Acessibilidade, integrada à Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento).
Entretanto, Cabral comenta que desde a troca de gestão a entidade deixou de fazer parte da comissão. “Para que a gente participe, é preciso que o município nos convide, nos dê esta abertura. Por anos fizemos parte da comissão, mas desde janeiro de 2017 está desativada”, relata o presidente da Adefica.
Na CPA, segundo Cabral, questões como a denunciada à reportagem são frequentemente discutidas, e caso a solução demore a chegar, a comissão aciona o Ministério Público. “A CPA é importante neste processo, pois assim é possível denunciar qualquer irregularidade que fere o direito da pessoa com deficiência. A partir da denúncia, fica bem mais fácil resolver o problema”, acrescenta.