Cascavel – Além dos 54 colégios estaduais retomaram as atividades presenciais na semana passada, outras 360 instituições já enviaram à Secretaria de Educação do Paraná ofícios solicitando a abertura. Esse total representa pouco mais de 17% dos 2.143 colégios do Estado.
Conforme a Seed, não há data definida para a autorização da retomada das atividades em novos colégios, mas deve ocorrer um anúncio no início de novembro.
A Seed não tem sabe quantos alunos voltaram às escolas desde o dia 19 nem quantas autorizações foram assinadas pelos pais ou responsáveis.
O governador Ratinho Júnior confirmou a ampliação da retomada e afirmou nessa segunda-feira (26) a possibilidade da retomada das atividades curriculares presenciais em novembro. “Começamos há dez dias o retorno das aulas extracurriculares e também do reforço escolar. Isso está sendo ampliado pela Secretaria de Educação para outras escolas. Até o momento, tem sido bem organizado. Nenhum tipo de problema, tanto de segurança para os professores como alunos”, disse o governador.
Ele ressaltou que, se o índice de contaminação do novo coronavírus continuar caindo no Paraná, a ideia é de que na segunda quinzena de novembro volte-se “próximo da normalidade para as aulas com os alunos de forma gradativa”.
Se a notícia agrada parte da sociedade, ela não é bem recebida pela APP-Sindicato, que promete deflagrar greve geral no Estado. “Não é seguro voltar nesse momento, nem mesmo para as atividades extracurriculares. Não há estrutura física nem de pessoal para esse retorno e, caso haja essa convocação geral dos servidores e anúncio de retorno, a greve será deflagrada”, garante o presidente da APP Cascavel, Daniel Matoso.
Ato dia 28
A APP também se posiciona contrária a outras iniciativas do governo do Estado e, para chamar atenção, vão ocorrer atos em todo o Paraná nesta quarta-feira (28), Dia do Servidor Público, em frente aos Núcleos Regionais de Educação. “Será uma ação conjunta em todo o Estado e as pautas são muitas. Além de manifestar posição contrária ao retorno de aulas presenciais, inclusive as extracurriculares, uma vez que a situação da pandemia continua complicada no Estado, e temos o exemplo de Manaus, que retomou e teve que retroceder por conta da infecção de muitas pessoas, e ainda a Europa, que vem registrando números crescentes, uma segunda onda da doença. Então, além de ser um risco para professores, servidores, alunos, pais, toda a comunidade escolar, falta estrutura para esse retorno. Temos muitos servidores do grupo de risco que não podem voltar”, ressaltou Daniel.
Outro questionamento é a terceirização de servidores e a realização de provas para a contratação de profissionais via PSS (Processo Seletivo Simplificado). “Somos contra a aplicação dessas provas que vão custar mais de R$ 4 milhões ao Estado, não há por que realizá-la, o processo sempre funcionou bem e não tinha gastos extras ao governo”, explica o presidente da APP.
A militarização dos colégios também entrou na pauta da mobilização. “Se pegasse o valor que vai ser investido para transformar os colégios em cívico militar e investisse nos colégios atuais, eles melhorariam muito. É preciso investir primeiro no que já existe, para depois pensar em mudanças”, sugere.
A valorização do servidor público e outros assuntos também fazem parte da pauta da mobilização.