Agronegócio

Safra 2020/2021: Plantio de soja avança em solo seco

A região de Toledo foi a que avançou na última semana

Safra 2020/2021: Plantio de soja avança em solo seco

Toledo – Mesmo sem chuvas significativas, os sojicultores da região oeste do Paraná avançam com as máquinas no solo seco. Nas regionais de Cascavel e Toledo, a área já semeada de soja é de 483.810 hectares, o que representa 48,42% dos 999 mil hectares estimados para a cultura na região nesta safra.

A região de Toledo foi a que avançou na última semana. De acordo com boletim divulgado pela Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento), em uma semana a área semeada passou de 2% para 35%, cerca de 169.050 dos 483 mil hectares que devem ser destinados à cultura. A qualidade das áreas está dividida em 30% como média e 70% de boa qualidade.

A a engenheira agrônoma Jean Marie Ferrarini, do Deral (Departamento de Economia Rural) da regional de Toledo, explica que os produtores estão plantando e esperando a chuva. “O plantio ocorre na esperança de que a pequena previsão de chuva para os próximos dias se concretize. Caso ela venha, as áreas plantadas não se perdem e a germinação acontece. Mas é preciso que depois continue chovendo, pois a chuva é essencial para a fase de floração”.

Cascavel chega a 61%

Na regional de Cascavel, a área de soja cultivada chega a 314.760 hectares, cerca de 61% do que deve ser destinado à cultura. Os produtores têm aproveitado a umidade provocada pelas pancadas isoladas e passageiras de chuva. A qualidade das áreas se divide em: 5% ruim, 15% médio e 80% bom. Da área plantada, 62% está em fase de germinação e 38% em desenvolvimento vegetativo.

Milho

O plantio do milho 1ª safra na regional de Toledo segue em ritmo mais lento, com 450 hectares já semeados, cerca de 10% da área estimada para esta etapa. Até agora, 30% está com qualidade média e 70%, boa, mas 90% ainda em fase de germinação.

Em Cascavel, foram semeados 13.650 hectares, o que corresponde a 65% do total estimado para a safra. A qualidade das áreas é estimada em: 5% ruim, 35% médio e 60% bom; do total plantado, 75% já está em fase de desenvolvimento vegetativo.

Cenário no Paraná

Em todo o Paraná, o plantio da soja alcança 1.787.082 hectares, 32% da área estimada. A qualidade das lavouras está dividida em: 1% ruim, 14% média e 85% boa. Do total, 58% ainda está fase de germinação e 42% em desenvolvimento vegetativo.

Já em relação ao milho, são 310.076 hectares cultivados, 86% da área que será destinada à cultura. A qualidade se divide em: 2% ruim, 15% médio e 83% boa. As fases de desenvolvimento em algumas regiões estão mais adiantadas, por isso, hoje 14% está em fase de germinação, 85% em desenvolvimento vegetativo e 1%, em floração.

Os mapas das culturas divulgados pela Seab mostram a evolução do plantio de uma semana para a outra em todas as regionais.

Chuva deve chegar mais cedo

A previsão do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) renova o ânimo dos produtores. A chuva significativa e que deve abranger todo o Estado prevista para o dia 27 pode chegar mais cedo. Os novos modelos apontam para pancadas de chuva na região oeste já neste sábado (24) e no domingo (25) mais cerca de 60 milímetros que devem aliviar a estiagem no oeste na segunda (25).

Depois disso, dias de sol intenso devem ser registrados novamente, com temperaturas acima dos 30ºC. A frente fria seguida de intensa massa de ar frio deve chegar no dia 1º de novembro, trazendo chuva, mas não com volumes significativos. Pancadas também devem ser registradas no feriado de Finados (2).

A boa notícia é que, as mínimas de 5ºC que eram previstas no início da semana já aparecem como 11ºC.

Seca continua severa, mas estável no Paraná

Curitiba – A última atualização do Monitor de Secas informa que o Paraná registrou chuvas abaixo da normalidade em quase todo o Estado em setembro. No entanto, não houve piora significativa nos indicadores de seca, mas o Estado teve a pior condição de seca do Sul no mês passado.

Assim como em agosto, o Paraná registra seca em 100% de seu território. Nos últimos dois meses, a severidade do fenômeno se mantém nos seguintes patamares: seca extrema (8,6%), seca grave (61,17%) e seca moderada (30,23%).

O Mapa do Monitor de Secas indica aumento das áreas com seca em 14 das 19 unidades da Federação acompanhadas: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. Houve redução de áreas com o fenômeno no Rio Grande do Sul.

Três estados que passam por forte seca permaneceram com 100% de seus territórios com o fenômeno: Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.

A situação de seca mais severa registrada em setembro – seca extrema – aconteceu em Mato Grosso do Sul (24,08% de seu território), Paraná (8,6%) e Minas Gerais (2,92%). Já o estado que registrou as melhores condições foi o Rio Grande o Norte, que teve a menor área com seca (33,54%) e somente na intensidade fraca.

Em setembro, as maiores anomalias de chuvas abaixo da média aconteceram em grande parte do Paraná e de Santa Catarina, além do noroeste e norte do Rio Grande do Sul.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.