Cascavel – Embora esteja com as contas equilibradas hoje, o Consamu Oeste (Consórcio Intermunicipal do Samu) já se viu com a corda no pescoço e parte dela ainda existe: é uma dívida de R$ 1.074.676 que deixou de ser paga por oito agora ex-prefeitos.
A negociação já ocorreu com os novos administradores, que vêm pagando esse montante, além do custo atual do serviço, que é de R$ 1,39 por habitante (em cidade com base do Samu) e de R$ 1,06 (onde não há base). “Eles pagam rigorosamente esse valor. Estamos sem casos de inadimplência. Tivemos essa negociação e os municípios vêm cumprindo o acordo”, afirma José Peixoto da Silva Neto, diretor-geral do Consamu Oeste.
Os casos dos devedores foram encaminhados ao MP (Ministério Público) e ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), para que seja avaliada a consequência legal do calote aos ex-gestores.
Cenário atual
Hoje o Consórcio tem 580 servidores e ainda é responsável pelas equipes das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Cascavel, Toledo e Guaíra. Os recursos dos municípios são integrados aos repasses da União e do Estado para pagamento dos salários e todo material de custeio.
A dívida herdada será paga até 2020 pelos novos prefeitos. Peixoto considera que agora há um esforço maior para que as contas sejam pagas em dia. “As gestões têm se comprometido e estão tratando o Consamu como prioridade”.
Em ordem de maior para menor montante da dívida estão:
Gastos com conserto custam 7 ambulâncias/ano
A precariedade das ambulâncias preocupa a direção do Consamu Oeste. Das 25 em uso, 18 estão rodando por mais de sete anos, ou seja, dois anos a mais que o ideal recomendado pelo Ministério da Saúde, que, por meio de um programa de recuperação de frotas, troca esses veículos a cada cinco anos.
De toda a frota que atende os 43 municípios do oeste do Paraná em casos graves pelo Consamu, 19 são unidades de porte vásico e seis unidades de suporte avançado.
Essa demora na troca dos veículos acarreta um alto custo de manutenção: pelos cálculos do Consórcio, o custo mensal com consertos é de R$ 120 mil. Com esse valor acumulado em 12 meses – R$ 1,4 milhão -, seria possível comprar sete ambulâncias novinhas todos os anos. “Os consertos frequentes oneram os cofres do Consórcio. Não temos condições financeiras de trocar esses veículos e aguardamos um parecer do governo”, explica o diretor-geral do Consamu Oeste.
A previsão é de que em 15 dias duas novas ambulâncias sejam repassadas pelo Ministério da Saúde, o que ainda é considerado pouco diante da necessidade. “Elas apenas minimizam nossas dificuldades, mas não resolve o problema na totalidade”.