“A sensação foi como se um buraco se abrisse no chão naquele exato momento”, revela Alexandre Lemos Mendes, 45 anos, vendedor. Durante um exame de rotina da pequena Lorena, à época com sete anos, o diagnóstico foi assustador: ela tinha diabetes. Isso aconteceu há dois anos. “Até hoje eu me emociono ao falar sobre esse assunto”, conta Alexandre, o pai da garota.
Ele e a ex-esposa não notaram sinais de que a filha tivesse a doença. Depois do diagnóstico, o pediatra pediu para ficarem de olho em detalhes. Um deles: se Lorena urinasse ao dormir, o sinal amarelo deveria ser aceso. Foi o que aconteceu na antevéspera de Natal daquele mesmo ano. Ao levar a filha ao pronto-socorro, Alexandre foi informado de que o nível de glicose no sangue dela estava altíssimo. Foi então que começou o tratamento com insulina.
Há um ano e meio, Lorena realiza o monitoramento da glicose sanguínea algumas vezes ao dia, mas não teve maiores problemas com a diabetes. “Mudou um pouco a nossa rotina, porque uma das medições tem que ser feita às 3h da madrugada. Mas não é um problema. Paramos de comer besteira porque ela tem que se alimentar de forma saudável”, conta o pai. “Não deixamos, no entanto, de sair, ir a fast food, só que não vamos toda hora. Além disso, ela começou a fazer balé, jazz e caminhada conosco. É uma doença que vai sempre existir no corpo dela e ela tem consciência disso”.
No caso da diabetes infantil, do tipo 1, o pâncreas não produz insulina. O hormônio é responsável pela entrada da glicose nas células do organismo para a produção de energia. Quando isso não ocorre, a concentração de açúcar no sangue fica alta.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de diabéticos diagnosticados cresceu mais de 60% em dez anos, de 2006 a 2016. Estima-se que a cada 100 mil crianças, 20 são portadoras de diabetes.
De acordo com Alexandre Chieppe, diretor médico da MedLevensohn, os principais sintomas nesse público são apetite aumentado (apesar de emagrecer, ao invés de engordar), muita sede, vontade de urinar frequentemente, fadiga e fraqueza. “Dentre as maiores complicações, estão as lesões de retina com perda da acuidade visual, insuficiência renal, complicações cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral e infecções”, diz Chieppe.
O especialista explica que o tratamento se dá com injeções de insulina de longa e curta duração, que conseguem manter a glicose no sangue em níveis normais.