Buenos Aires – O Banco Central argentino aumentou em dez pontos percentuais a taxa de juros do país, para 74%, em uma tentativa de conter a alta do dólar, que disparou 30% na manhã dessa segunda-feira (12).
A alta da moeda aconteceu após a vitória da oposição nas eleições primárias de domingo (11), que surpreendeu o mercado financeiro por tornar difícil a reeleição de Mauricio Macri em outubro.
A chapa liderada por Alberto Fernández, que tem a ex-mandatária Cristina Kirchner como vice, venceu com larga vantagem a chapa do atual presidente e indica que pode haver mudança na política econômica do país.
Ao meio-dia, a moeda norte-americana era vendida por 61 pesos, contra 46,55 pesos na sexta-feira. Já a Bolsa argentina caía 28%.
O mercado financeiro já esperava uma derrota de Macri, mas com uma diferença pequena entre as chapas. A distância de cerca de 15 pontos percentuais nas primárias pode levar a eleição em primeiro turno de Fernández e os investidores esperavam dois turnos, com a reeleição de Macri.
O dólar vinha sendo mantido estável nos últimos dois meses porque o governo vinha injetando fundos provenientes do empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) para que a moeda não disparasse e isso ajudasse a reeleição de Macri.
No Brasil
No Brasil, importante parceiro econômico da Argentina, o mercado também operou em viés negativo com a vitória kirchnerista. A Bovespa caiu 2%, a 101.915 pontos, e o dólar terminou o dia em alta de 1,1%, vendido a R$ 3,9833, o maior patamar de fechamento em três meses. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 4,0127.
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