Saúde

Gripe: Crianças superlotam hospitais, mas pais ainda resistem à vacinação

Saiba mais sobre a gripe em Cascavel e como o surto de SRAG afeta a saúde pública, especialmente entre crianças - Foto: AEN
Saiba mais sobre a gripe em Cascavel e como o surto de SRAG afeta a saúde pública, especialmente entre crianças - Foto: AEN

Cascavel e Paraná - O clima de calor e frio unido com o aumento da circulação de vírus está fazendo com que muitas pessoas estejam com algum tipo de gripe ou conheçam alguém que está. Cascavel está vivendo um surto de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que está principalmente atingindo as crianças, refletindo diretamente no aumento da procura por tratamento médico nas unidades de saúde, clínicas e nas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) e pelos leitos hospitalares – tanto os públicos quanto os privados.

A tensão chegou até a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Vereadores que acompanha de perto a situação. Edson de Souza – vereador que preside a comissão – afirmou que o sistema público está superlotado há mais de uma semana e que só está piorando. Representantes dos órgãos de saúde realizaram uma reunião na segunda-feira (19) para discutir sobre a organização principalmente do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná).

Para se ter uma ideia, no HUOP tinham 22 crianças nos corredores do hospital aonde funciona o Pronto-Socorro, que ao todo estava com uma lotação de 107 pacientes, em um espaço que tem apenas 33 leitos. “Fizemos esta reunião com o intuito de conseguir atender melhor a população diante desse cenário e ampliar o número de leitos de UTI Pediátrica, mas o problema é que não é só crianças, tinham 57 pessoas aguardando um leito de UTI na região, um estado de emergência”, descreveu.

Segundo Souza, somente a ala pediátrica do hospital estava com 24 crianças, sendo uma de seis meses, duas crianças na sala de emergência e cinco na UTI pediátrica. Nesta terça-feira (20) um bebê de apenas três meses estava sendo velado na Capela do Bairro Floresta, após ficar dias internado no HUOP. A certidão de óbito apontou como causa pneumonia e bronquiolite viral aguda.

Conforme Souza, a preocupação maior é que está chegando o frio e com a desinformação – porque as pessoas não estão vacinando devido à desinformação – com receio de vacinar, a situação só piora. “Os pais são responsáveis pelas crianças e precisam ter consciência disso, porque se vacinou o caso não vai agravar e não precisa internar”, completou.

Além disso, com a chegada do frio prevista para os próximos dias a tendência é de a situação ficar ainda pior, porque começam a surgir os problemas cardíacos o que também demandam de leitos. “A família precisa fazer o seu papel e as pessoas vacinar porque é necessário, já que a tendência é agravar ainda mais estes casos, principalmente em crianças e idosos, ou seja, se a gente não cuidar da nossa família não será outro que vai cuidar”, completou.

Em alta

Surto de SRAG em Cascavel

A reportagem do O Paraná entrou em contato com a direção do HUOP que disse que existe um crescimento no número de internados e de crianças no hospital e que são por questões respiratórias. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) disse que a procura por atendimento médico tanto nas unidades de saúde quanto nas UPAS segue alta e que, apesar desse cenário e da disponibilidade da vacina, a procura continua baixa.

Vacinação em Cascavel

Vacinação

Segundo dados atualizados do PMI (Programa Municipal de Imunização) a cidade está com apenas 33,55% de vacinação, ou seja, das 144.219 pessoas do público alvo foram vacinadas apenas 54.815. A preocupação maior também é com as crianças, já que das 32.186 que deveriam se vacinar apenas 6.544 tomaram a vacina. O índice maior é dos idosos que está em 39,95%, sendo que dos 52.410 se imunizaram apenas 20.936. 

A vacina contra a gripe está liberada para toda a população acima de seis meses de idade em todas as 46 unidades de saúde do Município.