Maringá – O governador Carlos Massa Ratinho Junior disse nessa quinta-feira (16), em entrevista coletiva em Maringá, que as universidades estaduais do Paraná serão propulsoras do desenvolvimento das cidades. Segundo ele, o Estado quer agregar a experiência das sete instituições e fomentar boas iniciativas nos campos tecnológico e social.
Esse modelo vem sendo construído em parceria com os sete reitores e o superintendente estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona. A iniciativa também vai envolver professores e estudantes, que serão chamados para atuar como aceleradores do desenvolvimento econômico do Estado.
O sistema de ensino superior passará pela reorganização de procedimentos. O governo estadual pretende unificar os processos de compra de insumos e itens básicos, implementar o programa de compliance, estimular o aumento da transparência e reorganização do cronograma da gestão pública, além de estimular acadêmicos a elaborar projetos em conjunto com as instituições.
Segundo o governador, o sistema de ensino superior pode contribuir mais para o crescimento do Paraná e exemplificou: “As cidades do Paraná são pequenas, em sua maioria, mais de 80%. Por que não pegar o pessoal de arquitetura e urbanismo para pensar essas cidades, para que possam estar mais integrados? Eles querem, o que faltou é instigar, apresentar um projeto e ver como podem colaborar”, afirmou.
Ele também garantiu que não haverá cortes nos repasses às universidades: “O que fizemos foi um contingenciamento de recursos para todo o governo, em janeiro. Isso não quer dizer corte. Esse risco de corte não existe”, explicou. “Vamos liberar os recursos necessários em cima daquilo que está programado. De forma alguma queremos prejudicar o trabalho. Estamos organizando esse cronograma de repasses dentro do fluxo de caixa, para que não pese ao governo e atenda todas as universidades”.
Repasse
O governador afirmou que recursos que envolvem a Drem (Desvinculação da Receita de Estados e Municípios) de maio a junho serão repassados às universidades. Pela lei, o Estado tem direito a 30% das receitas geradas diretamente pelas instituições.A decisão foi tomada em conjunto com a Secretaria de Estado da Fazenda e a Casa Civil. A partir de julho, o governo deve uniformizar o modelo para que não haja discrepâncias entre as universidades estaduais.
Lei de Eficiência e redução de custos
A respeito de questões administrativas, Ratinho Junior disse uma das ideias é criar uma lei de eficiência em gestão universitária.
Segundo Ratinho Junior, o governo precisa reduzir os custos fixos das universidades estaduais, que atualmente recebem aproximadamente R$ 2,5 bilhões por ano. Ele explicou que o modelo de meritocracia não vai limitar a distribuição de recursos, mas servir como um bônus para aquelas universidades que demonstrarem excelência em ensino e pesquisa.
“Estamos conversando, discutindo, construindo junto com as universidades a modernização da gestão. Temos sete universidades, elas consomem papel, caneta, papel higiênico. Por que não criar uma central de compra das universidades para baixar o custo administrativo? Isso é eficiência. Temos que construir isso em todo o setor público”, explicou.
O governador também pontuou que o Estado vai criar uma metodologia para melhorar a gestão, o ensino dos alunos, e remunerar melhor os servidores e os colaboradores. “Vamos modernizar a gestão dos hospitais universitários, não tirar dinheiro das universidades. É uma discussão muito mais técnica-administrativa”, completou.