Curitiba – Com os gastos com salários “explodidos”, os servidores estaduais do Paraná chegarão ao fim de 2018 sem reposição inflacionária nem reajuste salarial. Suspenso pelo governador Beto Richa (PSDB) por tempo indeterminado, o pagamento da data-base ao funcionalismo público não tem condições de ser feito até o fim da atual gestão. A informação é do secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, ao especificar as contas do governo até o segundo quadrimestre deste ano na Assembleia Legislativa, quarta-feira.
Logo após o segundo turno das eleições municipais do ano passado, Richa anunciou a suspensão do pagamento da reposição da inflação de 2016, acrescida de 1%, que havia sido aprovado ainda em 2015 para acabar com uma greve dos servidores – por lei, o pagamento deveria ter ocorrido em janeiro deste ano.
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Na época, Beto disse que não tinha R$ 2,1 bilhões e ao mesmo tempo pagar R$ 1,4 bilhão em promoções e progressões de carreira. Estas últimas foram parceladas e devem ser zeradas até dezembro deste ano.
Conforme antecipado pela oposição antes mesmo do recesso parlamentar, mas que foi “esmagada” pela base governista, a própria LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) deste ano e de 2018 deixa claro que não haverá reajuste. Pelo texto, a data-base seguirá suspensa até que todas as promoções e as progressões do funcionalismo sejam regularizadas e até que haja caixa para pagá-la. Ou seja, sem chance! Isso porque, embora as receitas do Estado cresceram 0,8% em relação ao ano passado, os números ainda são inferiores ao que estava previsto no orçamento. “Se na Lei Orçamentária não foi possível colocar mais R$ 2,1 bilhões e as receitas são ainda menores, não há possibilidade de ampliar a despesa. Estamos concentrando os esforços para cumprir a promessa feita aos servidores de quitar todas as promoções e progressões”, argumentou o secretário.
