O cooperativismo no Brasil. Foi no início do século XX que surgiu a primeira cooperativa do País. Uma cooperativa de consumo em Ouro Preto, em Minas Gerais. Em 1902, surge a primeira cooperativa de crédito brasileira, no Rio Grande do Sul. E, em 1906, começam a se desenvolver as primeiras cooperativas agropecuárias nacionais. Essas são as primeiras instituições do Movimento Cooperativo Brasileiro de que se tem registro.
Entraremos na semana do cooperativismo no Brasil e, conversando com o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues (que hoje é o primeiro titular da Cátedra Luiz de Queiroz da Esalq-USP, que foi presidente da Organização das cooperativas Brasileiras – OCB e também presidente mundial da Aliança Cooperativa Internacional – ACI), ele me dizia sobre o momento especial que viveu ao incluir na Constituinte do Brasil, que originou a nossa Constituição Brasileira, o texto que liberava no País a criação das cooperativas de crédito.
Roberto Rodrigues acreditava que a alavanca, o instrumento essencial para o agronegócio brasileiro, estaria na possibilidade do desenvolvimento dos bancos cooperativados.
E da mesma forma, ainda em 1974, na cidade de Guariba, em São Paulo, quando ocorria o fechamento da única agência bancária da cidade, com a alegação de ser deficitária, Roberto Rodrigues liderava a criação de uma cooperativa de crédito no Estado de São Paulo.
Voltando no tempo, em 1902, na cidade de Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, o padre jesuíta Theodor Amstad, fundava a primeira cooperativa brasileira: o Sicredi.
Hoje, na cidade de São Paulo, precisamente na Avenida Paulista, há uma moderna agência da Sicredi que representa, na mais financeira e simbólica avenida dos negócios do País, uma bandeira do cooperativismo brasileiro.
Todo o cooperativismo brasileiro reflete cerca de R$ 300 bilhões de movimento econômico, envolve mais de 14 milhões de brasileiros diretamente e mais de 40 milhões indiretamente.
Onde existe uma cooperativa bem constituída e liderada, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é o melhor e maior do que onde não existe uma cooperativa.
Ninguém governará o Brasil se não organizar a sociedade civil e as cooperativas do País já estão dando exemplo de gigantesca realidade e dimensão, mostrando como é possível progredir com dignidade humana.
Cooperativismo não é mais uma invenção, é realidade concreta do resultado da cooperação.
José Luiz Tejon Megido é conselheiro Fiscal do CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável) e dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM
Onde existe uma cooperativa bem constituída e liderada, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é o melhor e maior do que onde não existe uma cooperativa
Cooperativismo não é mais uma invenção, é realidade concreta do resultado da cooperação