Política

Guedes diz que “talvez desista” de implementar o imposto digital

A ideia de Guedes era usar o tributo para bancar a desoneração na folha de pagamento das empresas

Guedes diz que “talvez desista” de implementar o imposto digital

Brasília – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nessa quinta-feira (15) que talvez desista de implementar o imposto sobre transações financeiras e pagamentos eletrônicos. Críticos desse imposto o comparam à antiga CMPF, o que o ministro sempre rechaçou.

A ideia de Guedes era usar o tributo para bancar a desoneração na folha de pagamento das empresas. “Esse imposto só entraria se fosse para desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista dele”, disse o ministro, em rápida entrevista à CNN Brasil.

O ministro também voltou a descartar aumento de impostos. Na véspera, em seminário, Guedes chegou a defender a implementação do imposto e também um tributo específico para as chamadas “big techs”, grandes empresas de tecnologia, como Facebook e Google, nos moldes do que já é discutido na Europa.

“Esse imposto não passa nem pelos bancos. Ele transcende, é por uma infovia digital. Da mesma forma que você paga um pedágio para trafegar numa rodovia, se tiver usando uma infovia digital que o governo fez, disponibilizou grátis para todos os brasileiros, ele pode cobrar um pequeno imposto pelo trânsito, pelo tráfego de informação que passa aí”, disse o ministro, na quarta.

No seminário organizado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, Guedes disse que os bancos já cobram o que ele mesmo chamou de CPMF. O ministro afirmou ainda que as instituições financeiras são contra esse imposto porque “querem beber água onde os bancos bebem”.