Cascavel - A posse dos vereadores, prefeito e vice de Cascavel, ontem (1º) na Câmara Municipal aconteceu dentro do protocolo esperado e sem nenhuma surpresa. Inicialmente a sessão foi conduzida pelo vereador mais votado em 6 de outubro, Tiago Almeida (Republicanos), eleito com 4.243 votos. Após a posse oficial dos 21 vereadores, aconteceu a eleição da Mesa Diretora da Casa para o biênio 2025/26, com apenas uma chapa concorrendo, encabeçada pelo próprio Tiago, já que Alécio Espínola não concorreu a “reeleição” (confira matéria abaixo).
Almeida foi eleito presidente por unanimidade na mesa que ainda terá Serginho Ribeiro (PSD), na 1ª vice-presidência; Cidão da Telepar (podemos), 2ª vice; Edson Souza (MDB), 1º secretário; e Fão do Bolsonaro (PL), 2º secretário. Com a eleição realizada e a mesa oficialmente constituída, o presidente Tiago Almeida procedeu a posso do prefeito Renato Silva (PL) e do vice Henrique Mecabô (Podemos).
Histórico
Renato Silva foi eleito com 95.168 votos (56,41% dos votos válidos) e entra para história de Cascavel como o primeiro vice-prefeito a ser eleito prefeito da cidade na sequência do mandato. Leonaldo Paranhos, que foi vice-prefeito na gestão de Edgar Bueno (2001/2004), chegou a disputar a eleição em 2004, porém, conquistou pouco mais de 6 mil votos, chegando ao Executivo Municipal 12 anos depois, quando foi eleito pela primeira vez no pleito de 2016.
Em discurso curto e bastante emocionado, Renato Silva garantiu que vai trabalhar para melhorar a qualidade de vida dos mais de 360 mil habitantes, com dignidade e acesso aos serviços públicos, seguindo com o desenvolvimento da potência econômica desta cidade que tem uma vocação empreendedora. “É gratificante. Minha gratidão a Deus e a toda essa cidade que – a grande maioria – confiou em nós para cuidar. Ser prefeito não é só gerir ruas, prédios e orçamentos, mas cuidar das pessoas e realizar sonhos”, disse.
O novo prefeito ainda completou: “O sonho de poder servir e me dedicar à população se concretiza. Não sou, nem nunca serei um governante isolado. Acredito que a verdadeira força de um líder está em sua capacidade de ouvir, entender e agir em acordo com as demandas do povo. Hoje, ao tomar posse, reafirmo que a cidade que sonhamos só será possível se estivermos todos juntos trabalhando como uma verdadeira equipe, com um único objetivo: o bem-estar de nossa gente. O futuro da cidade será construído com a participação de todos e a colaboração de cada um de vocês. Agradeço a confiança e apoio de todos. Minha missão é servir com respeito, dedicação e muito trabalho”.
Alécio Espínola afirma que não entrou na disputa da Mesa porque foi “traído”
Confirmada a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cascavel, com o voto dos 21 vereadores, a surpresa ficou por conta das declarações contundentes do vereador reeleito e ex-presidente da Casa, Alécio Espínola, que é do mesmo partido do prefeito Renato Silva. Em uma pequena coletiva de imprensa, Espínola disse não ter disputado a presidência pela terceira vez por ter sido traído por Renato Silva.
Ele relatou que havia um compromisso com o prefeito Renato Silva três dias antes do registro das candidaturas para o pleito de 2024. “Em maio eu abri mão para ele; eu estava dois pontos (nas pesquisas) atrás do Renato Silva. O prefeito Paranhos me chamou, tivemos um diálogo para que eu pudesse abrir mão da disputa da Prefeitura para o Renato Silva e me garantiram a presidência, isso em maio”, disse, reforçando que “três dias antes do registro das candidaturas o Paranhos e o Renato me chamaram no gabinete e reafirmaram o compromisso que eu seria o presidente da Casa”.
O vereador disse ainda que seguirá “debatendo os problemas de Cascavel; os problemas pessoais não podem parar a cidade de Cascavel. Eu fui traído pelo prefeito Renato Silva. Eu disse a ele, na ocasião em que nós estávamos de mãos dadas fazendo o compromisso eu fui muito claro com ele: […] no dia 6 de outubro nós vamos ganhar a eleição, dia 7 o senhor tem que se posicionar; não pode vir com o discurso que eles se organizaram e eu não pude fazer nada. Eu disse isso a ele na presença do prefeito Paranhos”.
Alécio ainda reclamou que “durante todo esse período em nenhum momento o Renato nunca me chamou”. O vereador concluiu dizendo que “não pediram o meu voto hoje, mas eu entendo que governar esse parlamento não é fácil e eu desejo ao jovem Tiago muito sucesso”.