ANISTIA JÁ

“Eles têm a toga, mas nós temos povo”

“Eles têm a toga, mas nós temos povo”

“Oito governadores. Mais de trinta senadores. Dezenas de deputados federais. Inúmeros vereadores e prefeitos, incluindo o prefeito de São Paulo, maior cidade da América Latina. Representantes de pelo menos oito partidos. Padres, pastores, líderes de todas as religiões. E mais de um milhão de brasileiros, homens e mulheres de bem. Todos unidos na Avenida Paulista pelo mesmo propósito”.

Este foi o resumo da manifestação deste domingo (6), na Avenida Paulsista, em São Paulo organizado pelo movimento “Anistia Já”, publicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, principal articulador da mobilização, junto com o pastor Silas Malafaia, em suas redes sociais. “Hoje, o Brasil enviou um recado claro ao nosso Congresso e ao mundo: Basta de perseguição. Chega de abuso de poder. Anistia já!”, conclui a postagem.

Nos vários discursos, políticos e lideranças se revezaram na defesa pela anistia e nas denúncias sobre arbitrariedades praticadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes. Em trecho do seu pronunciamento, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), lembrou que a Suprema Corte julgou e condenou pessoas por “associação criminosa armada” que sequer portavam armas. E, falando sobre a orquestração da esquerda com a direita e principalmente, contra Bolsonaro, declarou: “Eles têm a toca, mas nós temos o povo”.

Bolsonaro

“Me acusam de golpe de Estado. Segundo a Polícia Federal, do Moraes, eu comecei a dar um golpe de Estado numa live. E quem deu golpe em outubro de 2022? Quem tirou Lula da cadeia? Um cara condenado em três instâncias por corrupção, lavagem de dinheiro, é tirado da cadeia. Quem descondenou o Lula pra ele deixar de ser ficha suja?”. As declarações de Bolsonaro, em seu primeiro ato público após se tornar réu do “8 d Janeiro” de ataques ainda mais ácidos ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes.

“Se o Alexandre de Moraes salvou a democracia no Brasil, se ele evitou que uma ditadura fosse instalada aqui, por que ele viaja de avião da FAB, para assistir Palmeiras e Corinthians em São Paulo? Ele tinha que viajar, como eu faço, de avião de carreira, para ser aplaudido”, desafiou Bolsonaro.

O ex-presidente reforçou o papel e competência do Congresso Nacional em relação a anistia. “O que eles vieram pedir aqui. Vieram falar contra a anistia e pela prisão de Bolsonaro. Quanto a anistia, eles já perderam essa guerra. A grande maioria do povo brasileiro entende as injustiças e agora se socorre da nossa Câmara Federal, do Senado Federal, para fazer justiça. E a anistia é competência privativa do Congresso Nacional. Caso eles votem, o projeto seja sancionado ou promulgado no caso de um veto, vale a anistia”, disse.

Governadores

Apesar da contagem de 8, oficialmente, foram registradas a presença de sete governadores: Ratinho Junior (Paraná),  Tarcísio de Freitas (São Paulo), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiada (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Romeu Zema (Minas Gerais) e Jorginho Mello (Santa Catarina).

Junto com Bolsonaro, os governadores tiraram fotos e postara em suas redes sociais com a mensagem: “Juntos pela #anistia”.

Batom

A grande personagem da manifestação foi a cabelereira Débora Rodrigues, julgada e que recebeu sentença de 14 anos de prisão por escrever na estátua Justiça, em frente à sede do Supremo, a celebre frase do ministro Luís Roberto Barroso, “Perdeu, mané”. Michele Bolsonaro, que pediu a todos que fossem a manifestação que levassem um batom, durante seu discurso, chamou a todos que levantassem a “arma”

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro havia pedido aos manifestantes que levassem o batom ao ato. Durante o seu discurso, ela pediu que todos levantassem o braço com o acessório em mãos. “Hoje, a nossa Débora, uma mulher comum, cabeleireira, se torna símbolo da luta pela justiça no nosso Brasil”, disse.

Fotos: Reprodução