Política

Deputados querem CEI para investigar casos de fura-fila no Paraná

O TCE já se comprometeu em disponibilizar apoio técnico e fornecer os dados da vacinação e das eventuais irregularidades para auxiliar os parlamentares durante a CPI

Deputados querem CEI para investigar casos de fura-fila no Paraná

Curitiba – Um requerimento apresentado pelo deputado estadual Fernando Francischini (PSL) e que já ganhou amplo apoio tanto de deputados da oposição quanto da situação, pleiteia a instalação de uma Comissão Especial para investigar as denúncias recebidas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) de que agentes políticos estariam recebendo a vacina contra a covid-19 de forma irregular e furando a fila de vacinação.

De acordo com o documento, além das denúncias de fura-fila, serão investigadas outras irregularidades referentes à vacinação, como possíveis extravios de vacina e até mesmo a questão dos frascos que estariam sendo entregues com menos doses.

O TCE já se comprometeu em disponibilizar apoio técnico e fornecer os dados da vacinação e das eventuais irregularidades para auxiliar os parlamentares durante a CPI.

Na semana passada, o Tribunal enviou 28 notificações a prefeituras do Estado pedindo esclarecimentos sobre políticos que receberam a vacina e “multivacinados”, ou seja, uma mesma pessoa que teria recebido várias doses. O nome das cidades e dos investigados ainda não foi divulgado.

A comissão tem previsão de durar seis meses, prorrogáveis por mais seis e, os sete membros deverão ser escolhidos nas próximas sessões ordinárias.

O líder do Governo, Hussein Bakri, sugeriu a mudança da Comissão Especial para uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), contudo, ainda não foi definido se isso vai acontecer.

Para o deputado estadual Arilson Chiorato (PT), a instalação da Comissão é de grande importância para verificar se o plano de imunização está sendo seguido de forma correta pelos municípios do Paraná. “Toda denúncia tem que ser investigada, principalmente quando é um tema tão atual e importante. Precisamos saber quantas doses estão vindo, quantas estão sendo aplicadas, se estão sendo desviadas ou se existe privilégio na hora da aplicação”, avalia.

O deputado Francischini informou que existem denúncias de que vacinas foram aplicadas com o uso de CPF de pessoas já falecidas. “A partir de uma lista da Controladoria-Geral da União, de pessoas politicamente expostas, o TCE fez o cruzamento com os CPFs que receberam a vacina e identificou esse caso. Há, ainda, casos de CPFs que receberam bem mais que duas doses de vacina – até 100 doses – e de pessoas próximas a políticos que receberam vacina como profissionais de saúde, mesmo sem atuarem na área. Há também CPFs de pessoas já falecidas que constam na lista de vacinados”, completou.