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Após fiasco de 2024, Lula grava vídeo e desiste de atos do Dia do Trabalhador

Lula discursa para poucas pessoas em evento vazio, refletindo a baixa popularidade e o desapego ao seu governo em 2024 - Foto: ABR
Lula discursa para poucas pessoas em evento vazio, refletindo a baixa popularidade e o desapego ao seu governo em 2024 - Foto: ABR

Brasil - Em 2024, na comemoração do 1º de Maio, comprovando a baixa popularidade pessoal e a desaprovação do seu governo, o presidente Lula discursou para “exatas” 1.635 pessoas reunidas no estacionamento da Arena do Corinthians, em São Paulo, de acordo com o “Monitor do Debate Político”, da USP (Universidade de São Paulo), com base em imagens aéreas que mostraram um evento vazio. O evento fracassado foi programado também para promover Guilherme Boulos (PSOL), que disputava a Prefeitura de São Paulo, aumentando o eco do vexame.

Naquele dia, Lula reclamou. “O ato está mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, disse Lula para a plateia e os dirigentes sindicais encarregados do evento. Nem as atrações musicais contratadas foram capazes de atrair o público.

Neste ano, em que a desaprovação de Lula segue crescendo, o presidente desistiu de comparar aos atos programados pelas centrais sindicais e apenas gravou um vídeo que foi distribuído para os sindicatos e militantes alinhados com a esquerda. Ainda na terça-feira (29), Lula se reuniu à porta fechadas com líderes das centrais sindicais que tentaram convencer o presidente a participar do ato em São Paulo. No encontro, que durou cerca de três horas, de acordo com informações da CNN Brasil.

O medo de falar para plateias vazias foi decisivo para Lula, de forma inédita, não participar dos atos do Dia do Trabalhador no seu berço político. Em declaração à Folha de São Paulo, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), que já presidiu a CUT em São Paulo, disse que “não é bom pegar uma figura do tamanho do presidente e levá-lo a um ato esvaziado”.

O vídeo

Na gravação, Lula mandou recados para o movimento sindical, especialmente, que está atrasado e, sem se atualizar, não consegue alcançar a juventude. O presidente petista afirma que as pautas sindicais precisam ser renovadas e que os sindicatos precisam melhorar a comunicação, especialmente nas redes sociais.

Em um claro “afago” aos seus mais fieis “seguidores”, Lula foi simpático à proposta da redução da jornada de trabalho e o fim da escalada 6×1 (seis dias trabalhados e um de folga na semana), entre outros acenos e anúncios que buscam recuperar a popularidade e o diálogo com as classes que anteriormente eram as bases mais sólidas do lulismo.

Crise

O Governo Lula 3 chega a este 1º de Maio após uma semana de crise com a recusa do União Brasil para ocupar um ministério. O União agora forma federação com o PP, já com discurso mais alinhado à oposição ao petista. Além disso, a operação “Sem Desconto” pela qual a Polícia Federal escancarou um esquema de fraude no INSS que lesou aposentados e pensionistas em cerca de R$ 6 bilhões, com sindicato liderado pelo irmão mais velho de Lula, o “Frei Chico”, no topo da lista das entidades beneficiadas com o esquema fraudulento.