Cascavel – Um ano e meio depois de ser destruído em uma rebelião que deixou pelo menos duas dezenas de feridos e uma morte brutal, com um preso decapitado em novembro de 2017, o bloco 3 da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) vai voltar a funcionar. Os últimos trabalhos estão concentrados em duas galerias, mas caminham para a conclusão em poucos dias.
Segundo o apurado pelo Jornal O Paraná, ainda não há data definida para a entrega, mas isso deverá ocorrer nas próximas semanas, até para facilitar a reacomodação dos presos, já que a unidade enfrenta superlotação.
A demora na reforma se deu em virtude da falta de recursos públicos para essa finalidade. O bloco só vai reacomodar detentos graças às doações de entidades, instituições, sociedade civil e, principalmente, os Conselhos da Comunidade de Cascavel e de Toledo. O telhado foi custeado em um processo emergencial pelo Estado. A mão de obra ficou por conta dos próprios presos.
Para assegurar que os encarcerados não escondessem ferramentas entre as paredes durante os trabalhos, o que poderia facilitar uma nova rebelião e até fuga, todos os escalados trabalharam monitorados. Foram definidos detentos com perfil para a reconstrução e com um rígido controle das ferramentas usadas, com contagem no início e no fim do expediente.
Entre as principais mudanças que a reativação promete trazer é o retorno da capacidade para 960 detentos. Hoje a unidade comporta 608 detentos, mas está com cerca de 850 presos.
Além de distribuir esses custodiados para o novo bloco, a expectativa é para que restem cerca de 90 vagas que serão abertas a detentos que hoje estão nas carceragens das cadeias públicas de toda a região.
Reportagem: Juliet Manfrin