A ânsia de “arrumar a casa” do juiz Sergio Moro reacende aquela esperança de ver um país sério, correto e seguro. Ele quer levar a Lava Jato para dentro do superministério que irá comandar e montar forças-tarefas contra o crime organizado País afora, endurecer as regras para progressão de pena e prescrição de crime. Quer ver todos os bandidos (especialmente os corruptos) trancafiados na cadeia e jogar a chave fora. Mas…
Entre o sonho e a realidade existe um longo déficit deixado por anos de má gestão e abandono. O sistema penitenciário lotado e falido, cadeias jorrando presos pelas janelas, várias delas com pedidos de interdição por falta de condições, unidades sob o comando do crime organizado, o qual continua dando as cartas para quem está do lado de fora como se nada os impedisse, enfim…
Além disso, ao menos no Paraná, para cada um preso há um mandado de prisão em aberto, que a polícia nem faz tanta questão de cumprir simplesmente porque não tem onde pôr esse sujeito.
Quando assumiu como ministro extraordinário, em fevereiro, Raul Jungmann também sonhava como Sergio Moro. Falava em fechar as fronteiras, acabar com tráfico e contrabando, mas até hoje nem conseguiu interromper o que ele mesmo chamou de homeoffice do crime, ou seja, os chefões do crime organizado que mantêm suas atividades dentro dos presídios de segurança máxima. E, para isso, bastava restringir as visitas ao sistema de parlatório.
O que Sergio Moro quer todos os brasileiros (honestos) também querem. Resta saber que caneta milagrosa ele vai encontrar para financiar a quantidade de celas que o crime organizado (e o comum) demandam.Editorial
Carta branca e presídios cheios
A ânsia de “arrumar a casa” do juiz Sergio Moro reacende aquela esperança de ver um país sério, correto e seguro. Ele quer levar a Lava Jato para dentro do superministério que irá comandar e montar forças-tarefas contra o crime organizado País afora, endurecer as regras para progressão de pena e prescrição de crime. Quer ver todos os bandidos (especialmente os corruptos) trancafiados na cadeia e jogar a chave fora. Mas…
Entre o sonho e a realidade existe um longo déficit deixado por anos de má gestão e abandono. O sistema penitenciário lotado e falido, cadeias jorrando presos pelas janelas, várias delas com pedidos de interdição por falta de condições, unidades sob o comando do crime organizado, o qual continua dando as cartas para quem está do lado de fora como se nada os impedisse, enfim…
Além disso, ao menos no Paraná, para cada um preso há um mandado de prisão em aberto, que a polícia nem faz tanta questão de cumprir simplesmente porque não tem onde pôr esse sujeito.
Quando assumiu como ministro extraordinário, em fevereiro, Raul Jungmann também sonhava como Sergio Moro. Falava em fechar as fronteiras, acabar com tráfico e contrabando, mas até hoje nem conseguiu interromper o que ele mesmo chamou de homeoffice do crime, ou seja, os chefões do crime organizado que mantêm suas atividades dentro dos presídios de segurança máxima. E, para isso, bastava restringir as visitas ao sistema de parlatório.
O que Sergio Moro quer todos os brasileiros (honestos) também querem. Resta saber que caneta milagrosa ele vai encontrar para financiar a quantidade de celas que o crime organizado (e o comum) demandam.