Opinião

Você paga mas não volta

Por Carla Hachmann

Com uma carga tributária de 34%, uma das maiores do mundo, o Brasil é o último entre 30 países em retorno de serviços à sociedade. O que significa isso? São unidades de saúde superlotadas, esperas de anos por uma cirurgia, falta de vagas em creches, nível de educação baixo, falta de segurança pública, enfim, serviços que são oferecidos pelo governo, pago com seus impostos.

Segundo estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o Brasil tem a 15ª carga tributária mais alta do mundo, dentre os 193 países signatários da ONU (Organização das Nações Unidas).

Em sua nona edição, o estudo Irbes (Índice de Retorno ao Bem-Estar da Sociedade) aponta o Brasil como o último de 30 países analisados entre aqueles com as mais altas cargas tributárias. Desde a primeira edição do estudo, o Brasil ocupa a última posição.

A Irlanda, país em primeiro lugar no ranking, tem uma carga tributária pequena quando comparada a outros países do estudo, mas tem um excelente nível de desenvolvimento, o que faz com que tenha atingido o maior valor referente ao Irbes. Até Uruguai e Argentina aparecem em posição melhor que a brasileira.

Ou seja, não falta dinheiro no Brasil. Falta gestão de qualidade. Se o custo de uma escola pública é igual (e até maior) que uma privada, por que o nível de aprendizado é tão diferente de uma para outra?

Se o médico que atende na unidade pública também presta serviço em clínica particular, por que o doente continua sem tratamento adequado?

São muitos trilhões de reais arrecadados e gastos com a máquina pública que parece existir para servir a si mesma.