Política

Vereadora denunciada por organização criminosa e peculato é afastada do cargo

A denúncia aponta que a vereadora e seu marido lideraram uma organização criminosa que teria praticado os crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude a licitação e lavagem de dinheiro.

Vereadora denunciada por organização criminosa e peculato é afastada do cargo

São Miguel do Iguaçu – A Justiça determinou terça-feira (17) o afastamento do cargo por 180 dias e sem remuneração da vereadora Flávia Dartora, de São Miguel do Iguaçu. Ela foi denunciada criminalmente pelo MP (Ministério Público), com mais sete pessoas, a partir das investigações da Operação WO, deflagrada em 13 de novembro pela 1ª Promotoria de Justiça da comarca e pela Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil.

Além do afastamento, a Vara Criminal estabeleceu o pagamento de fiança no valor de 100 salários mínimos (R$ 99.980) e o uso de tornozeleira eletrônica.

A denúncia aponta que a vereadora e seu marido lideraram uma organização criminosa que teria praticado os crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude a licitação e lavagem de dinheiro.

Conforme o MP, a vereadora – que estava impedida de contratar com o poder público – criou com o marido uma empresa composta por laranjas que foi contratada em 2018 pela Prefeitura de São Miguel para prestar o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças em situação de vulnerabilidade social.

Ainda segundo a denúncia do MP, para receber remuneração maior do que a devida, os acusados fraudavam a lista de alunos atendidos. A empresa repassava valores mensais à vereadora e a seu marido, fazia pagamentos de suas despesas pessoais e realizava depósitos em favor do partido político da vereadora. Só em 2019 foram desviados mais de R$ 120 mil, consta na ação.

Investigação

A Câmara de Vereadores de São Miguel instalou uma comissão processante para investigar as denúncias do Ministério Público contra a vereadora. “Vamos cumprir a decisão da Justiça. Internamente temos um processo de investigação formado por três vereadores e a previsão é de que em janeiro seja concluído. Quando tiver esse parecer [da comissão], vamos convocar uma sessão para decidir se o mandato será ou não cassado”, disse ontem o presidente da Câmara de Vereadores, Boaventura João Manoel Motta (MDB).

Segundo o MP, a denúncia contra a vereadora foi a primeira relacionada à Operação WO. Ainda estão sendo analisados outros dois contratos administrativos com indícios de superfaturamento e contração por meio de laranjas.