Opinião

Uma boa notícia

Por Carla Hachmann

Para marcar os 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) acaba de divulgar uma boa notícia. O órgão produziu um relatório que confere ao Brasil reconhecimento por ter melhorado – ao longo dos anos – índices como da mortalidade, do trabalho infantil e da exclusão escolar.

A redução é considerada histórica no período de 1900 a 2017 do total de mortes de crianças menores de um ano de idade. No período, a taxa nacional caiu de 47,1 para 13,4 a cada mil bebês nascidos vivos. Além disso, 827 mil vidas foram salvas.

Claro que ainda há muito a ser feito. A começar pela alta taxa de adolescentes que se tornam mães, o que agrava os riscos de má formação congênita e pré-natal mal feito. Mas não podemos deixar de comemorar essa vitória. Graças, é claro, aos municípios, que concentraram esforços no acompanhamento das gestantes, inclusive com comitês especializados em gestação de alto risco.

Além disso, hospitais públicos reforçaram suas estruturas de UTI Neonatal, garantindo sobrevida aos prematuros que até pouco tempo atrás tinham bem menos chances.

A preocupação agora está do outro lado. Dos pais que ignoram os alertas para as campanhas de imunização e que podem jogar todo esse trabalho pelo ralo. Não precisa de exemplo maior que o sarampo, que era considerado erradicado até três anos atrás.

Afinal, no País, 42 mil crianças menores de cinco anos ainda morrem por ano no Brasil, conforme o Unicef.

A boa notícia vem acompanhada de mais responsabilidade. Melhorias na educação, garantia de alimentação e atendimento à saúde ainda são demandas da sociedade nem sempre atendidas. Por isso, os esforços precisam continuar.