Política

Silvestre cumpre agenda de pré-campanha e ataca novo modelo do pedágio

Segundo Silvestri, entre os pontos principais do debate político do Paraná que pretende abordar, está o desenvolvimento econômico das regiões interioranas

Silvestre cumpre agenda de pré-campanha e ataca novo modelo do pedágio

Cascavel – O pré-candidato ao Governo do Paraná pelo PSDB, César Silvestri Filho, esteve em Cascavel cumprindo agenda de pré-campanha nessa semana. O político, também esteve na redação do O Paraná, que conversou com o ex-prefeito de Guarapuava para entender quais as principais bandeiras de Silvestri para o Palácio Iguaçu.

Ex-deputado estadual e ex-prefeito de Guarapuava por dois mandatos, Cesar é advogado e agricultou. Filho e neto de políticos, ele já possui uma longa estrada na política.

Tido por muitos como uma terceira via ao governo do Paraná para as eleições de outubro, César apresenta a candidatura falando que possui maior afinidade para entender os problemas do Paraná. Além disso, defende o debate ainda mais junto a sociedade.

“Eu entendo que uma candidatura como a minha, que tem a característica de ter um produtor rural à frente do processo, de ser uma liderança política do interior do Paraná, prefeito que fui de uma cidade típica do interior do Paraná, eu tenho muito mais sensibilidade, afinidade para compreender essas demandas mais urgentes, compreender aquilo que efetivamente alcança os interesses da população para poder fazer um governo efetivo, que saia do mundo da propaganda e se aproxime do mundo das pessoas. É isso que a nossa candidatura tem de diferencial de qualquer outra candidatura colocada até aqui.”

Segundo Silvestri, entre os pontos principais do debate político do Paraná que pretende abordar, está o desenvolvimento econômico das regiões interioranas.

“Eu entendo que o nosso Estado não pode ficar sem aprofundar o debate sobre questões relevantes, questão do pedágio que é um tema que o paranaense tem que acompanhar a questão do nosso modelo de desenvolvimento econômico e industrialização, que hoje está muito concentrado na Capital (Curitiba), na região metropolitana, na região de Ponta Grossa. Entendo que nós temos que aprofundar o papel das nossas empresas estatais, Sanepar, da Copel no desenvolvimento do Estado, na melhoria do serviço prestado para a população, no atendimento das nossas demandas mais urgentes. Debater profundamente nosso modelo de educação, que tipo de educação nós estamos preparando para a nossa juventude e sobre tudo aprofundar o debate sobre a segurança pública, que hoje é um dos temais que mais preocupam os paranaenses. Então todas essas questões, são questões que são relevantes para o Estado e que a nossa candidatura se propõe a aprofundar, a debater e apresentar caminhos novos.”

 

Pedágio

Cesar também tece duras críticas ao modelo de pedágio proposto para o Paraná que está em discussão. Segundo ele, o modelo atual é pior que aquele proposto pelo ex-governador Jaime Lerner em 1996. Segundo ele, o novo modelo penaliza ainda mais a região oeste do Paraná.

“Uma convicção grande que eu tenho de que o modelo do pedágio defendido pelo Ratinho Junior consegue ser pior do que o modelo de pedágio que o Jaime Lerner concebeu na década de 90. O pedágio do Ratinho será igual ou mais caro do que o modelo anterior e mais perverso. Porque ele terá 15 novas praças de pedágio, sendo que nove delas estão concentradas aqui na região oeste, entre sudoeste, oeste e noroeste. O que é uma distorção perigosa, porque ela vai acabar criando um encarecimento do custo logístico dessa região, que é a região que puxa o desenvolvimento econômico do Paraná hoje. Na pratica essa região vai acabar pagando pelo sistema como um todo, por conta da implantação das nove praças.”

Contudo, Cesar garante que, caso eleito, irá alterar a modelagem. “Por isso que eu, sinceramente espero ser governador do Paraná a tempo de intervir nesse processo, recolocar a casa em ordem, trazer competência técnica no habito dessa discussão e proteger o Paraná dessas distorções e, sobretudo proteger o Paraná do agravamento dessa situação do pedágio que não pode ser causa da perda da nossa produtividade, do encarecimento da nossa produção.”

Uma das alterações planejadas pelo pré-candidato é quanto à tarifa. Segundo Silvestri, no modelo ideal, o Paraná deveria ter uma tarifa de pedágio média para todo o Estado. “É muito importante que o Paraná seja visto com um grande lote e haja uma compensação dessas tarifas. porque há diferenças nos lotes e nas necessidades de investimentos entre os lotes para que a gente tenha ao final, uma tarifa média estadual e que a gente tenha no Estado, um custo logístico mais igualitário.”

Ele ainda comentou sobre a polemica praça de pedágio entre Cascavel e Toledo, na BR-467. O político comentou que irá retirar a praça em questão do projeto. “A praça entre Cascavel e Toledo eu tiraria do mapa e deixaria de ter esse encargo para a população dessa região tendo uma praça entre essas duas cidades polo do Paraná e sim um modelo de distribuição em toda a malha viária que seria mais justa ainda.”

 

Desafios do Paraná

Além da questão do pedágio. César falou sobre os principais desafios de governança do Paraná. Segundo ele, o segredo para se governar o Estado é entender as principais demandas de cada região. “O grande segredo para governar bem o Paraná é você compreender que cada região do Estado tem a sua especificidade. Tem a sua realidade economia, social e as suas demandas mais urgentes. Quando eu olho para o Oeste do Paraná, nós temos aqui hoje um problema de falta de mão-de-obra para dar suporte e ampliação do nosso setor produtivo daqui. Essa realidade não se repete em todas as regiões do Paraná. Tem regiões do Paraná que falta oportunidade de trabalho.”

Além das especificidades de cada região, ele também falou que atualmente o Paraná possui alguns problemas generalizados, que são enfrentados em todas as regiões. “Ter capacidade de entender cada realidade faz com que o governo tenha que agir de forma diferente para cada região do Estado. Quando eu falo de segurança pública eu tenho um problema generalizado, ai sim tem que se pensar em uma ação global para todo o Estado.”

 

Educação

O político ainda falou sobre demandas em algumas áreas específicas.

Segundo ele, atualmente, o governo preza pela quantidade ao invés da qualidade na educação. César aduz que esse modelo é equivocado. “Quando a gente fala na questão da educação eu vejo uma série de equívocos na condução do nosso modelo educacional, onde o governo entende que a quantidade deve se prevalecer à qualidade. É um equivoco grave, grosseiro. O Estado tem que entender que o que deve permear a ação de governo é procurar oferecer uma educação com qualidade, para prender a atenção do aluno, para motivar e incentivar a fixação e permanência do aluno nos bancos escolares, para diminuir a evasão.”

De acordo com César, caso eleito, pretende introduzir políticas voltadas a motivar os alunos para que permaneçam na escola. “Nós temos que entender que o ambiente escolar tem que ser um ambiente aprazível para o aluno. Desafiador. Motivar o desafio da lógica, fazer os estudantes pensar criticamente, pensar logicamente. Estimular neles a capacidade de adaptação, valorizando as competências socioemocionais, o trabalho em equipe, da tolerância, da solidariedade, da superação e da resiliência, porque são esses os elementos fundamentais para você preparar bons profissionais para o futuro. Incentivando o empreendedorismo, cultivando a inovação. Se a gente criar um aluno com a alta capacidade de adaptação ele estará protegido das mudanças no mercado de trabalho que estão em profunda e rápida transformação.”

 

Inovação

Outro ponto destacado por Silvestri é a área de inovação. Ele defende que o Estado é um dos principais na criação de tecnologias no Brasil e isso precisa ser explorado. “Eu entendo que o Paraná tem uma vocação própria para ser um grande celeiro da inovação tecnológica para o Brasil. O Paraná tem uma vocação natural para ser o grande celeiro das startups do país, mas isso nunca saiu do discurso do governo e isso precisa entrar na prática do governo. Todas as cidades polo do Paraná, como Cascavel, por exemplo, tem que ser sede de ecossistemas robustos de invocação tecnológica. O Paraná além de ser um grande produtor de alimentos também tem que assumir a sua vocação de ser um grande produtor de inovações. Isso sim é uma política de médio a longo prazo que reposiciona o Paraná economicamente num eixo que ele não está hoje.”

 

Agronegócio

No agro, César fala em explorar ainda mais a capacidade produtiva do Paraná, investindo em pesquisa. Além disso, segundo ele, atualmente os municípios são penalizados pelo Estado quando o assunto é investimento em estradas. “Nós temos que encarar o agronegócio com a seriedade que ele merece e retribuir para o nosso agro as riquezas que eles geram para o Estado. Orgulhamos-nos de dizer que o Paraná é um grande produtor de alimentos para o mundo e isso é verdade, mas isso acontece apesar do governo. O governo não investe nas nossas estradas vicinais. Hoje todos os investimentos da adequação e manutenção das pequenas estradas rurais é feito exclusivamente pelos municípios, algum recurso da Itaipu aqui na região oeste, mas isso não se repete no resto do Paraná. Então os municípios são penalizados para garantir o escoamento da produção, o governo não apoia nada.”

 

Região Oeste

Especificamente para a região oeste, o ex-prefeito de Guarapuava acredita que os principais problemas são gerados pela logística. Segundo ele, é necessário debater a questão da Ferroeste e o desenvolvimento das rodovias. “Eu vejo que aqui para a região, especificamente enfrentar com maior determinação, com muita seriedade algumas questões da logística, como a questão da Ferroeste, que eu considero fundamental para o desenvolvimento, que é a sustentação do desenvolvimento do Oeste, junto com uma boa modelagem das nossas rodovias.”