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Reny Tibola, o maluco beleza das pistas

Reny Tibola diz que perde o amigo mas não perde a oportunidade de aprontar uma sacanagem


Crédito: Divulgação
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Vagabundo, chifrudo, corno. Se você estiver em um kartódromo e ouvir gritos com essas palavras, tenha uma certeza: o preparador Reny Tibola está por perto.

Fã de Raul Seixas, ele é conhecido como o “Maluco Beleza” das pistas. Reny não se incomoda e diz que isso é seu marketing. Além disso, é conhecido como aquele que apronta as maiores sacanagens contra seus amigos e até mesmo os seus patrões, os pilotos de quem é contratado. E uma coisa é certa: onde Reny está não tem tristeza.

Mas quem o conhece hoje não tem a mínima ideia de sua trajetória esportiva e sua infância e juventude marcadas por fortes emoções na então pequena Cascavel.

Reny começou no esporte como piloto de MotoCross. Depois migrou para o Enduro e mais tarde passou para a motovelocidade, onde fez muito sucesso na década de 80, disputando vários Campeonatos Brasileiros e foi pentacampeão paranaense de 125cc. Sempre competia de Yamaha porque sua família era dona da revenda da marca em Cascavel. Ele enche o peito para dizer que até hoje o tempo de 1m20s2 é recorde da categoria 125cc no autódromo de Cascavel. Ele é também o recordista em provas de moto 125cc no kartódromo de Rolândia. “Tive muitas vitórias no kartódromo de Rolândia e o Rubens Gatti, hoje presidente da Federação Paranaense de Automobilismo, era o diretor de prova”, informa Reny.

Reny integrou a equipe Motopark, chefiada por Léo Rigon, e que tinha também como pilotos Jorge Meurer, Ricardo Vessaro, Valdir dos Santos e Márcio Sirtoli. “Parei com as motos por imposição da patroa. Como é ela quem manda, obdeci. Ela me convenceu quando começou a dizer que eu já estava velho para correr de moto, já tinha filhos. Se caísse e quebrasse perna, braço, demoraria muito mais para se recuperar do que quando tinha 15, 16 anos. Obdeci e parei”, exclama Reny.

 

Um capeta

“Sempre fui um capeta como moleque, para não dizer um filho da puta. Aprontar era comigo mesmo. Colocar purgante no suco ou no refri dos colegas era coisa pequena. Fui expulso de vários colégios. Fui o terror das professoras”, lembra Reny, que passou pelos Colégios Eleodoro, Washington Luiz, Canadá, Santa Maria, Wilson Joffre, Tia Isailda e outros que nem lembra mais.

 

Início no kart

Reny diz que, depois que parou de correr de moto, continuou na oficina da revenda de motos da família, quando um certo dia Jairo Pachenki chegou lá pedindo para ele e seu irmão Renato fazerem um motor Stihl para o filho Diogo, que estava iniciando no kart. “Fizemos o motor e o Diogo começou a ganhar corrida Brasil afora. Com o passar do tempo, ele nos pediu para acompanhá-lo nas corridas e, com esse meu jeitão, logo ganhamos espaço. O resultado é que tanto eu quanto o Renato estamos no kart até hoje. Já fizemos muitos campeões e vamos fazer muitos outros”, frisa Reny.